Á veces creo que te amo


Á veces creo que te amo, pero luego se me pasa

Es cuando lluevo
Tromolo
Humedezco
Emulo tierra en el celo
Lloro
Pero, quando escampa
Te evaporo

Es cuando despierto
Rebooto
Reinstalo saberes
Sabores
Deleito recuerdos
Reluto deletarte
Y salvo-temporariamen-te

Es cuando me río
Diluyo
Fluyo
Desaguo en tus braços
Afluente
Y me olvido que soy
Solamente riacho.

Es cuando sueño
Me extasio
Fijo la mirada en el vacio
De la saudade
Pero hay siempre
Un maldito mosquito
Que vuela de repente
Trayéndome de vuelta
A la realidad.

(marilda confortin)

Programa eleitoral gratuito


Odeio quando resolvem
testar meus limites
encostando um revólver
nas minhas costas.

Não gosto de desafios
de roleta russa.
Não viro a casaca
Nem visto carapuça.

Prefiro o alvo concreto
de um torneio de tiro
às metáforas estúpidas
dessa política corrupta.

Não meço ninguém
só pelo que fala
nem pelo que cala
mas pelo que sente.

Sinto muito,
não sei ser diferente.
Meu instinto não falha.

Canalhas também têm
cabelos brancos
e olhos azuis.

Um isto

Um isto

É meu o cisco
a faísca
o escuro ínfimo
que existe no mundo
quando teu olho pisca
é meu teu medo
teu segredo
sou eu

poetrix






Vira-latas

Revirando o lixo,
menos que um bicho
é um menino.
(Argemiro Garcia - à Marilda e Bandeira)

corpus christie

Na vernissage do Alexandre Linhares, não teve como não se impressionar com o imenso crucifixo coberto de hóstias formando a imagem de Cristo. Aqui, uma foto dessa obra e um poema meu. Até parece que foram feitos um para o outro... rs

corpus christie

Teu corpo, não dispo:
visto.
Tua cruz, não ergo:
vergo.
Teu pecado, não absolvo:
absorvo.
Tuas chagas, não vi:
cri.
Teu cio, não sacio:
cedo-me.

E por te amar,
não te toco,
abstenho-me.


Não te traio,
abstraio-te.

Cubro teu falo
e me calo
cúmplice.

Partidos

Para Elza e outros amigos candidatos espalhados pelos vários partidos políticos


Era um elo,
quebrou-se.
Ele foi-se
eu martelo.

Éramos só dois
unidos.
Hoje somos tantos
partidos.

Mil vezes maldita

Parem!
Eu, pecadora, confesso: Sou reincidente no amor.
Mas não mereço a pena.
Careço é de pena, Meritíssimo!
Cristo disse: Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.
Ingenuamente, acreditei.





O Alexandre disse que este meu poeminha aí, inspirou-o nessa série que mostra "A arte maldita, a sociedade maldita, a hipocrisia maldita, o desespero maldito e a crença na fé e no amor". 

Sinto-me honrada e morta de curiosidade para ver o resultado. 
Estarei lá, sim, Alexandre. E claro,  vou recitar todos aqueles malditos poemas que você gosta.

Lidando



Daqui,
Dali,
na lida
não li
nada

releitura do W.Abreu:

naaridalidadavidadanadaquelequenada

com


Encontrei a palavra com na lata do lixo.
Suja, rasgada, desbotada.
Perdida da frase, perdeu o sentido.
Com pena, embrulhei-a com um poema.
Mas, prolixa que sou,
asfixiei-a.

poetrix

Déjà vu

a história é sempre a mesma
muda só o ator principal
... e eu sempre choro no final.

[...] Não te direi o nome, pátria minha
Teu nome é pátria amada, é patriazinha
Não rima com mãe gentil.
Vives em mim como uma filha, que és.
Uma ilha de ternura:
a Ilha Brasil, talvez.

(Vinícius de Moraes)

Ah! Mátria amada minha...
Eu torço tanto por você!

Foto: D’Noronha
http://dnoronharte.blogspot.com/

Seu filho da Sunta!



O Gerson
é um grandessíssimo FILHO DA SUNTA!
É isso que ele é.
Tudo bem... Eu também.
De outra tão Sunta quanto a santa sua mãe(dele).
Duas mulheres sensacionais.
O homem que tem uma mãe
com um nome assim suntuoso
não pode ser normal.
Já nasce com uma sina:
Viver olhando pra cima
pra ver se sua alma ainda está lá
presa num fio de barbante
que a qualquer instante
pode arrebentar.
Quando a Assunta pôs no mundo esse menino
sabia que não ia ser santo.
Nem esperava tanto ...
Mas, um anarquino?!
Bem que podia ser engenheiro,
advogado, cientista
alguma coisa que desse dinheiro.
Mas não! Deu de ser artista...
E o pior ainda estava para acontecer.
Pobre Assunta, quase teve um enfarte:
- Manhê!!! Já sei o que vou fazer quando crescer:
- O quê filhinho?
- Vou criar a Agenda Arte!

(para meu amigo Gerson Guerra – criador da Agenda Arte e para nossas santas mães, que têm o mesmo nome)