Poetrix Fingida

Fingida

tem dias que a vida
passa por mim e nem liga
faz de conta que não me conheçe

Sinais da noite

O sol nasce para todos
Os dias são todos iguais

A noite não
A noite não nasce
A noite cai

A noite tem signos
desígnios especiais

A noite apura os sentidos
vislumbra mistérios
despe-nos do brilho
e deixa revelar
límpidos
sentimentos
que o dia-a-dia
adia, adia, adia

O vento
hálito frio
aquece paixões esquecidas
sopra cinzas
que a vida acumula na alma
acende olhares
revela segredos
que o dia nos faz ocultar

Com a força suave do artista
que arranca do nada
notas musicais
a noite toca feito açoite
a quem entende os seus sinais

(Marilda e Abreu's)

ILHA DO MEL


eu queria que você visse
a pintura que o sol fez no céu
quando embarcou no trapiche
e se despediu da Ilha do Mel
Eu queria que você visse
a pintura que o sol fez no céu
quando embarcou no trapiche
e se despediu da Ilha do Mel.

Queria que você sentisse
o hálito quente da tarde
cochichando marotices,
aos nativos embaldes.

Que você perdesse
a noção do tempo
e se entregasse ao doce alento
de uma noite enluarada
na gruta de Encantadas.

Ah! Eu queria que você saísse dos trilhos
e se arriscasse pelas trilhas de areia
navegando pelas veias
até tocar meu coração de ilha...

E que ao menos por um momento
você se sentisse
filho do mar, do sol
protegido pela fortaleza
guiado pelo farol
e deixasse a natureza agir,
o tempo fluir,
tendo a certeza
que as ondas continuarão indo e vindo,
as horas escorrendo,
dias e noites se sucedendo,
e eu, você e a ilha,
à mercê da vida
... só assistindo.

Poetrix Gosma


 dois poetrix da amiga Kátia Marchesi

Gosma
Minha solidão anda por paredes
deixando rastros
(melo)dramáticos


Insisto

Não sei fazer dias
Não sei passar horas
Habito nas demoras


DEIXA, DEIXA, DEIXA? - poesia


DEIXA, DEIXA, DEIXA?



 Deixa eu ser teu peixe
linha
lanho
feixe
lenha
gueixa
deixa, deixa, deixa?

Deixa eu ser tua fest
food
folga
festa
fresta
freira
sub
missa
sub
alterna
eterna amante?

Deixa eu ser tua erva
agri
doce
água
benta
hóstia
santa
ceia
seios
meios
fins
afim, afim, afim?

Deixa eu ser pimenta
no teu reino
páprica
picante
sarça
ardente
assim
assada
ao ponto G?

Deixa eu ser teu caldo
calda
cara
mel
risada
molho
malho
alho
óleo quente,
pene al dente
deixa, deixa?

Deixa eu ser teu chilli
curry
curra
carapuça
noz moscada
emboscada
arapuca
pururuca
deixa, deixa, vai?

Deixa eu ser teu sal
teu sol
tua alca
parra
pária
ária
hino
ode
pode, pode, pode?

Deixa eu ser a ostra
alfa
vaca
better
raba
nete
anja
diaba
tudo
e nada
deixa, deixa, deixa...
Ah... Deixa, vai?

QUINTA DOS INFERNOS


dia 6/04, a partir das 20 horas, tem poesia na
QUINTA DOS INFERNOS

Local: VILA DAS ARTES
Rua Rodrigo Otávio, 835 (entre a Itupava e a Prof. Brandão - Alto da XV)

O que é a QUINTA DOS INFERNOS?

A Quinta dos Infernos
começou numa quarta no Café Cultura,
ganhou a noite dos bares curitibanos
e acordou num domingo de manhã
na missa do Largo da Ordem.
A ordem é caos.
E o caos é na Quinta dos Infernos
seja lá quando e onde for isso.
Não temos compromisso.
Pode ser na primeira quinta do mês
ou na última segunda-feira.
Não temos eira nem beira.
Há quem nos ame e quem nos odeie
Quem se solte e quem se enleie
Quem recite e quem escute
Quem lute e quem titubeie
Quem cante e quem fique a esmo
Quem represente
e quem é assim mesmo.
(odeio a rima, mas quando me inspiro,
as palavras conspiram)
Artistas ou loucos?
Não somos uma coisa nem ostra
mas sempre rola uma pérola.
Se você entrou no clima, apareça.
Se não, esqueça. Vai achar um saco.
E como disse Maiakowski:
"melhor morrer de vodca do que de tédio"
(ou vice verso)
Se fez sentido, não importa.
A intenção da Quinta dos Infernos
não é alterar a ordem e sim os (f)atores.
(Marilda)
Um gran país

Vivo en un país tan grande
Que todo queda lejos...
La educación,
la comida
la vivienda.
Tan extenso es mi país
que la justicia no alcanza para todos.
parafuso

[... ] então ao morrer
não me desmontem
certamente falta um parafuso
certas coisas há que se rompem
entre outras já quase sem uso