Soneto a um poeta adolescente

À um poeta adolescente


Ah! meu caro e pueril amigo
Por que sofres por antecipação?
O cordão ainda te prende ao umbigo,
Mal conheces a dor de uma paixão.


Quiçá herdastes esse congênito fardo
Esse estigma de antepassadas dores
Como o vinho, da cepa lembra o amargo
Ou como o mel, o aroma das flores.

Não te deixes cair em desespero
Livra-te desse mal enquanto é tempo
Abandona essa amargura ao desterro

Não te apartes das horas felizes
Vive o que te é dado no momento
E enterre no passado tuas cicatrizes.