bagagem literária

Mala pronta. Embarcando com Daniel Faria para fazer uma poesiarada em Ivaiporã, no encerramento do PDE dos professores do Estado. Pé na estrada!

BAGAGEM LITERÁRIA? 

Bobagem...
Nessa viagem, leve um coração leve
e sobre-tudo, um olhar de veludo

(marilda confortin)

Poetrix + Haicai = Haitrix

A noite de ontem foi muito quente. Infernal!  
Foi a grande estréia poética do Álvaro Posselt nos bares curitibanos. Fizemos nosso "jogral" de Hai-Trix, Delícia! 
O cenário, uma exposição das fotos maravilhosas do Ricardo Pozzo. 

Noite de inverno
um chopinho bem gelado-trix
é servido no inferno
(Álvaro Posselt)
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Eterno Inferno

Se me chamas
Ascendo aos céus
Ardo em chamas
(marilda confortin)
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Haverá de ter, no final da jornada
qualquer coisa melhor
que o nada?
(Ricardo Pozzo)

Nhentos tercetos de todos os tipos e autores de sobremesa, sobre a mesa
Daniel Faria e Gegê Félix tocando, cantando e declamando suas composições impecáveis.

Na hora do microfone aberto, os destaques foram os poetas Adriano Smaniotto e o Carlos Henrique ( o Hique). Mandaram muito bem, como sempre. A platéia já sabe até pedir poemas deles pelo título, como se fossem músicas. E é música. Afinada, afiada. De primeira!

Bar cheio de amigos, mensagens e boas vibrações dos que não puderam ir e um poema provocativo do querido multi artista Retta Rettamozo:
 

Ai ai ai

Nosso amor é um hai kai
Mas eu te prometo meto meto
Um amor maior que um soneto
(Retta)



respondi assim pra ele:


Não arRetta, Retta...

Mais que hai kai  poetrix ou soneto
nosso amor é poético, épico, 
não cabe num terceto.
(Marilda)

VALEU!   

Anair Weirich - poeta chapecoense

Anair é uma batalhadora. Vive da venda de seus livros e de ministrar palestras e oficinas principalmente em escolas e feiras de livros. Sempre tendo a poesia como foco principal. 
Está virando especialista na área motivacional e infanto-juvenil. Admiro-a. Foi ela quem me deu um ponta-pé na bunda pra eu começar a mostrar as coisas que escrevo. Foi ela quem inscreveu um poema meu num concurso nacional, onde tive a surpresa de ser classificada. Não sei se isso foi bom ou ruim, mas ela foi responsável por arrancar  meus textos dos discos rígidos dos computadores e espalhar minha senha poética por aí. 

E aqui está ela, declamando um dos seus poemas infanto-juvenís numa escola.

Tudo encurta

Por Vilmar Daufembach

Esse inverno tudo encolhe:
O pensamento não vem,
As palavras se detêm,
E toda a nudez se tolhe.


Encurta o riso, o humor,
E tão pouco amor se faz,
Quase nada nos apraz,
Todo osso sente dor.

Corpos deitam separados,
Pés gelados, bundas frias,
Mãos passeiam arredias,
Não reagem, os agrados.

Os banhos são torturantes,
Que se danem os asseios!
Pois que lacram todos os seios
Em seus bojos redomantes.

Deitam as matas ciliares
Sobre a fonte da entranha,
Ao mergulho, não se assanha:
Barram as redes circulares.

Cá no sul da nossa esfera
Cede o verde ao branco giz,
Tanto frio torna petiz
O que já pequeno era.

Casacões, mantas de lãs,
Ceroula, boné, pijama...
Como é bom ficar na cama
Nessas gélidas manhãs.

Esse frio que aqui impera
Desgrenha, enruga, arrepia,
Hibernar, melhor seria,
Só voltar na primavera.


Presente de Ana Lúcia Gouvêa da Silva

Recebi o poema abaixo de uma leitora, poeta, chamada Ana Lucia. Ela usou somente os títulos dos meus poemas publicados no livro Busca e apreensão para fazer essa bela construção poética. Muito interessante e criativa. Resumiu meu livro e meus sentimento. Fiquei bem quietinha, só curtindo. Ana estranhou meu silêncio, perguntou se eu não tinha recebido, ou se não tinha gostado. Bom, eu não sei o que fazer nessas horas... me calo. Depois que passa, só posso dizer que é muito bom ser homenageada (ou HomenaGeada, como disse o Retta).
Receber esse retorno de leitores, anônimos e amigos é meio assim como ser algemada na cama e receber prazer, imóvel, gratuito... rs. Me permito o orgasmo silencioso e guardo todos esses carinhos recebidos no melhor lugar do meu coração. Pra poder me aquecer nos períodos de estio, guardo também aqui, no blog, no menu das coisas de amigos. Revisito sempre que preciso me fortalecer ou quando me bate a saudade.

Busca e apreensão

por Ana Lúcia Gouvêa da Silva 

             
Procura-me
garoto tolo.
Quando eu te encontrar novamente,
na morada, sem medidas.
Ouriço, coisa besta.


Inconveniente,
quase amor a flor da pele...
Amor e ódio,
dolorosa lembrança!

Poesia abortada, olhar suicida
poço...
Validade vencida.
Fingida.

Ato de punição,
vinho velho,
pesadelo,
descrença.
Ato de contrição.

Hoje, amanhã
Segredo.
Com fusão...
Vítima, dia após dia...

A lua e eu,
submissão criminosa.
Sinais da noite,
conversas com um velho rio...

Estradinha de terra,
óleo sobre a tela...
Temporal.
O acaso não existe por acaso

Um brinde aos poetas!




MUITO OBRIGADA ANA.
BLOG DA ANA LUCIA: www.poemasanalu.blogspot.com 

Nada há além da arte e do belo – ampliando conceitos

A arte “underground”, desde Andy Warhol, artista de expressão mediana, mas superestimado por alguns grupos culturais, que produziu alguns ícones tidos pela mídia como de forte impacto social. A arte indígena, massacrada em sua inocência pela estética do mercado de consumo ocidentalista. O próprio artesanato utilitarista ou não. Todos foram sendo dizimados pelos ditames das culturas dos vencedores. No entanto, resgates foram realizados por antropólogos, por indigenistas, por museólogos; resultando, então, na montagem de acervos especiais, quando não em sala ou edificação exclusivas para este tipo de arte de um povo ou de parte dele.