A pedrada do amor, por Tonicato Miranda

A pedrada do amor
para a mulher manada

que tal um passeio
neste final de tarde
pode vir, o Sol já não arde
eu sei, sua pele é branca
a minha segue morena
que tal um sorvete
na lanchonete da esquina
experimenta o de pistache
deixa eu pago quebrei a banca
a sorte não é mais pequena
que tal um beijo doce depois
pode melar o rosto ou parte
dele pode ser no canto da boca
tenho no bolso um lenço de seda
mas prefiro guardar a umidade
que tal sorrir estas pestanas
um banco para sentar a la carte
passos estranhos a desfilar e a louca
passando ali sem roupa, a bêbada
pernas a remexer com e sem alarde
que tal depois um silêncio
sua mão sobre a minha com arte
a brisa tremendo sua voz rouca
meus ais prisioneiros como pedra
doida por se atirar nesta tarde
Tonicato Miranda