Estréia de Marilda Confortin no Teatro Peça Marat e Sade



Comédia? Drama?
Mentiras? Verdades?
Loucura? Sanidade?



Marilda Confortin no papel de Simone, a companheira louca do Jean-Paul Marat, no hospício Charenton


“Perseguição e Assassinato de Jean-Paul Marat representado pelo Grupo Teatral do Hospício de Charenton sob a Direção do Marquês de Sade” - Esse é o título original da polêmica peça ficcionista Marat / Sade sobre a Revolução Francesa, escrita em 1964 pelo diretor de cinema e dramaturgo alemão, Peter Weiss.

De 6 a 10 de abril, na programação do Festival de Teatro de Curitiba, os atores do grupo teatral Folha Branca e Todomundonu assumirão os papéis dos loucos de Charenton, misturando as falas da peça original com suas próprias falas.




O texto com livre adaptação do grupo teatral Folha Branca, composições musicais do Trombone de Frutas e sob a direção de Alexandre Bonin ganhou uma dramaticidade atemporal.


Marat: Idealista ou louco?


Marquês de Sade: sádico ou sábio?


Mentiras, falsidades ideológicas, decadência moral e religiosa.
Estamos falando da Revolução Francesa ou dos dias atuais?





Prepare-se para ver o tênue fio que separa a loucura da sanidade.





de 6 a 09/04 - 21 horas
dia 10/04 - 19 horas

INGRESSOS:



A venda nas bilheterias do Festival de Teatro de Curitiba


ou 4003-1212

R$ 20,00 (inteira)

R$ 10,00 (meia)

DIA DA ÁGUA 22 DE MARÇO

Com tantas enchentes e tsunamis no mundo, foi difícil comemorar o dia internacional da água. Para afastar a tristeza por alguns instantes, deixo aqui um poema do bom e velho poeta português,  Manuel Maria Barbosa du Bocage.

Poesía AGONÍA

(Marilda Confortin - tradução de Vera Vieira)
 
Saber de la poesía
antes del nacimiento
aún cuando es presentimiento
bajo la piel
en la saliva
en el silencio
sana

Y tener que entregarla
para que la palabra
la tome
dome
deforme
dé nombre
y parta
sola

Clarão da lua - música

Essa seresta à moda antiga ganhou o Festival Nacional Canta Serpro em 1984, Belo Horizonte. É... tamo na estrada desde o século passado.
Poema meu, musicado e interpretado por Marco Guiraud - meu ex-marido, falecido em fevereiro/2010. Infelizmente não chegou a ser gravada. Nesse áudio caseiro, o Marco está tocando para ensinar as posições das notas musicais no violão para nosso filho Ébano - o cantor. 



CLARÃO DA LUA
Poema de Marilda Confortin, música de Marco Guiraud, intérpretada por Ébano Guiraud)

O teu clarão entra pela janela
Invade as profundezas do meu coração
Que bate forte, feito bateria
Num concerto ao vivo, cheio de emoção

Me faz lembrar o tempo em que a vida
Era curar feridas feitas pelo amor
Em que habitavas todas as esquinas
Como lamparina a me fazer cantor

Mas que saudades da viola linda
Que te faz infinda como o céu e o mar
Das madrugadas, todas encharcadas
Com beijos de fadas, sempre a me amar

Das caminhadas pela noite adentro
Com tua presença a me acompanhar
Balet mais lindo, vinhas me seguindo
Um passo atrás do outro até quase alcançar

Estou sentindo aquela nostalgia
Parece magia, que me faz sair
Viola em punho, o sangue fervendo
Coração batendo, querendo explodir

Vem minha musa, sou teu seresteiro,
Vem, me toma inteiro, me faz recordar
Mais que amantes, éramos errantes
Sempre que o dia vinha nos matar

Mas que saudades, da viola linda
Que te faz infinda como o céu e o mar
Das madrugadas todas encharcadas
Com beijos de fadas, sempre a me amar

Minhas lembranças vão me absorvendo
E eu quase cedendo, acho que vou chorar
Não sei se vale, mas tô com vontade
De matar saudades de você, luar.

CAMISA DE FORÇA


Ai! Como eu queria chutar o balde...
Largar tudo o que houver no arrebalde
e mandar às favas.
Dormir encoxada com a preguiça,
cuidar bem da premissa:
Nem sempre mangas
precisam ter cavas.

Anair Weirich - Chapecó - SC

(esse "chute no balde" me veio por email, da minha prima, poeta Anair. 
pois é, prima... às vezes, até a poesia aprisiona...)

FINAL DE TARDE - de Tonicato Miranda

Final de tarde

para Helena Kolody

felizes os que morrem com a tarde
finando seu ciclo de claridade e luz
felizes daqueles diante de um copo
a mirar a própria lágrima derretida

felizes os seres estes que mugem
vejo o azul cobalto na flor do maracujá
vejo um prego coberto de ferrugem
e belezas na luz da tarde a soçobrar

felizes os que sabem um sopro soprar
beijando no lábio a musa tão querida
ah esta tarde derramando-se na noite
leva-me contigo onde outras tardes há

feliz aquele que perdoa sua tristeza
nada mais vejo agora no céu a chorar
a folha da palmeira antes pura beleza
foi a casa sonora de um pio de sabiá

não há mais felicidade morando aqui
saudade da janela e de um pé de piqui
arrastando folhas a murmurar: estou aqui
minha cara boba a dizer: eu vi o piqui cantar

o cinza já derreteu todas belezas do ar
e a cor é somente luz, já disse Helena
sinto a lavanda dela a pairar no ar, a pairar
e sua alegria dos dentes à mais longa melena

feliz você que já partiu, não viu esta tarde
onde me ponho a chorar como chaleira velha
saiba, mesmo cinza a tarde é linda como árvore
qual aquela no terreno ao lado a me namorar

Curitiba, 23/2/2011.
TM
Tonicato Miranda

música ... e por falar em lua

Uma bela parceria minha com Jazomar Rocha, do Quintal da Goiabeira. Está no CD SAMBA CURITIBANO E SUAS RAÍZES. Vale a pena conhecer esse trabalho.



E por falar em lua ...
(poema de Marilda, música de Jazomar)

O por do sol ainda sangrava
e no horizonte já despontava
uma lua recém nascida
pálida e desmilinguida.

Pobre lua prematura
Frágil, nua, com frio
Perdida lá nas alturas
Presa ao mar por um fio.

Órfã dos lobos e crateras,
nasceu sem manto de estrelas
sem um seresteiro a espera
para batizá-la na viola.

Boêmios ainda dormindo
Amantes flagrados nus
Nenhum poeta assistindo
Vagalumes sem luz

Pobre lua, luazinha!
Como eu, nasceu sozinha
Sem berço pra se embalar
Sem ninguém para abraçar.

Pra te ninar, luazinha,
eu fiz esta canção
Pra te mimar, menina
Pra amenizar nossa solidão.

Grafitix IRPF

este é do meu baú. mas sempre que começo a fazer o imposto de renda, ele vem à tona.