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Gerson Bientinez

Você sempre será SENSACIONAL, Gersinho!

Meses depois de sua partida, recebi o vídeo da última composição desse grande e amado músico Curitibano, Gerson Bientinez. Parceiro de várias música e amigo de tantas horas. Ainda estou triste, mas, honrada com a citação nessa bela viagem pela cultura curitibana. Saudades eternas, amigo. 



Gerson sempre me "encomendava" parcerias. Me dava um tema e eu que me virasse para escrever. Um dia ele pediu que eu escrevesse algo para ele homenagear uma grande amiga dele. Pediu que fosse um poema engraçado, meio sacana. Me deu o tema: "Sorriso Monalisa". Fiz, né. Ele nem editou o meu "PS de mim pra você". Virou tudo música. Gravou num CD que tem 3 parceiras comigo. Nem tenho esse CD. Coisas do Gersinho. Quem interpreta o "Sorriso Monalisa" é Léo Fressato
Ouçam. Com saudades desse queridão que deve estar aprontando e bebendo todas lá no céu.
 

Acróstico para Marilda

de Ana Lúcia Gouvêa da Silva com carinho para Maria Marilda Confortin


Maestrina das letras 
Animadora das palavras
Rimando ou proseando...
Inspiradas e iluminadas
As frases vão se formando!


Mesclando e colorindo
As vezes intrigando e confundindo
Realidade e imaginação
Ilusão ou fascinação...
Lírico, divino ou profano,
Do mundo nada a esconder
A penas... viver e deixar viver!  

 16-07-2012

Mais uma vez a Ana Lúcia, essa poeta linda e querida, me homenageia com seus versos. E mais uma vez, eu agradeço a Deus por ter amigos tão nobres e atenciosos. 

Muito obrigada pelo carinho e por esse belo acróstico,  Ana Lúcia
Link para o blog de Ana: http://poemasanalu.blogspot.com.br/

Livro de poesias Busca

Ao ler meu livro de poesias "Busca e apreensão", o poeta Vilmar Daufemback, escreveu esse poema:


Reabro aqui minha adega
Na távola, Busca e Apreensão,
Com um tinto que me rega
E me entrega à prisão.


Prisão dos versos que leio
Onde eterno eu me condeno
A devorá-los sem freio
E deles me apequeno.


Da tua cepa sou mosto
Vinagre de acriazedume,
Sou casta de cheiro betume
Colhida em fim de agosto.


Levanto a ti minha taça
Santè! - desejo pra ti
Da minha adega que escassa
Versos como esses que li.

Vilmar Daufemback





Emocionada aqui, Vilmar. Muito obrigada

BARREADO CULTURAL DO FAROL DAS CIDADES


Isso nunca tinha acontecido comigo. Fui buscar uma receita de barreado na internet, e não há de ver que encontrei uma, onde eu sou um dos ingredientes...! 


Gostei.  Que (a)gente criativa essa da Biblioteca Farol das Cidades!

  
INGREDIENTES:


 - 1kg de bom humor diário de Paulo Leminski .
 - Um punhado (bem caprichado) de amigos do coração com Dalton Trevisan.
 - Um punhado de pétalas de rosas brancas, amarelas e vermelhas para Helena Kolody.
 - 1kg de perseverança de Emilio de Menezes.
 - Uma colher de sopa de estrelas (colhidas na hora) por Marilda Confortin.
 - 3 kg de paciência de Emiliano Perneta.
 - Uma colher de sopa de brilho do sol colhidos por Alice Ruiz.
 - Essência de Cristóvão Tezza.
 - 1 pitada de Domingos Pellegrini.


MODO DE FAZER:


Coloque todos os ingredientes num recipiente de barro.
Misture tudo com muito carinho, bem devagar e deixe curtindo uma noite inteirinha.
Pegue a colher de madeira e retire um a um, saboreando cada palavra.
Degustando cada verso, saciando a alma de poesias.
Bom Apetite!
Muito obrigada, professoras!

MAR(ILDA) - por Sérgio Edvaldo

Amigos são tudo de bom. Sérgio Edvaldo é um poeta de Presidente Prudente.  Costumamos nos encontrar nos saraus da vida. Me presenteou com esse poema. Obrigada, querido.
---------
Uma pausa na resenha sobre a teoria de Piaget.
(é por isso que saiu assim... rs... beijos)

MAR(ILDA)


sentada na areia
em tardes de Itapuã,
a menina contemplava
o mar.

cheia de si naus
vazia de solidão urbana,
com...tem...pla...va
o mar e suas ondas
sem garrafas-correio...

sentada na areia
em tardes de Itapuã,
a menina passsssss...mou-se
em ver como era pequeno o mar
(na medida de um abraço)...

e cheia de si naus
no peito um batel, leme lento,
a menina se lembrou que Moisés
abrira o mar vermelho,
e riu eternamente...

o mar menstruava
azul em seus olhos.

(Sérgio Edvaldo - 6/11/2011)
Sérgio em Armação - SC - no Sarau do Lancelot
 

Poetrix + Haicai = Haitrix

A noite de ontem foi muito quente. Infernal!  
Foi a grande estréia poética do Álvaro Posselt nos bares curitibanos. Fizemos nosso "jogral" de Hai-Trix, Delícia! 
O cenário, uma exposição das fotos maravilhosas do Ricardo Pozzo. 

Noite de inverno
um chopinho bem gelado-trix
é servido no inferno
(Álvaro Posselt)
---

Eterno Inferno

Se me chamas
Ascendo aos céus
Ardo em chamas
(marilda confortin)
----
Haverá de ter, no final da jornada
qualquer coisa melhor
que o nada?
(Ricardo Pozzo)

Nhentos tercetos de todos os tipos e autores de sobremesa, sobre a mesa
Daniel Faria e Gegê Félix tocando, cantando e declamando suas composições impecáveis.

Na hora do microfone aberto, os destaques foram os poetas Adriano Smaniotto e o Carlos Henrique ( o Hique). Mandaram muito bem, como sempre. A platéia já sabe até pedir poemas deles pelo título, como se fossem músicas. E é música. Afinada, afiada. De primeira!

Bar cheio de amigos, mensagens e boas vibrações dos que não puderam ir e um poema provocativo do querido multi artista Retta Rettamozo:
 

Ai ai ai

Nosso amor é um hai kai
Mas eu te prometo meto meto
Um amor maior que um soneto
(Retta)



respondi assim pra ele:


Não arRetta, Retta...

Mais que hai kai  poetrix ou soneto
nosso amor é poético, épico, 
não cabe num terceto.
(Marilda)

VALEU!   

Presente de Ana Lúcia Gouvêa da Silva

Recebi o poema abaixo de uma leitora, poeta, chamada Ana Lucia. Ela usou somente os títulos dos meus poemas publicados no livro Busca e apreensão para fazer essa bela construção poética. Muito interessante e criativa. Resumiu meu livro e meus sentimento. Fiquei bem quietinha, só curtindo. Ana estranhou meu silêncio, perguntou se eu não tinha recebido, ou se não tinha gostado. Bom, eu não sei o que fazer nessas horas... me calo. Depois que passa, só posso dizer que é muito bom ser homenageada (ou HomenaGeada, como disse o Retta).
Receber esse retorno de leitores, anônimos e amigos é meio assim como ser algemada na cama e receber prazer, imóvel, gratuito... rs. Me permito o orgasmo silencioso e guardo todos esses carinhos recebidos no melhor lugar do meu coração. Pra poder me aquecer nos períodos de estio, guardo também aqui, no blog, no menu das coisas de amigos. Revisito sempre que preciso me fortalecer ou quando me bate a saudade.

Busca e apreensão

por Ana Lúcia Gouvêa da Silva 

             
Procura-me
garoto tolo.
Quando eu te encontrar novamente,
na morada, sem medidas.
Ouriço, coisa besta.


Inconveniente,
quase amor a flor da pele...
Amor e ódio,
dolorosa lembrança!

Poesia abortada, olhar suicida
poço...
Validade vencida.
Fingida.

Ato de punição,
vinho velho,
pesadelo,
descrença.
Ato de contrição.

Hoje, amanhã
Segredo.
Com fusão...
Vítima, dia após dia...

A lua e eu,
submissão criminosa.
Sinais da noite,
conversas com um velho rio...

Estradinha de terra,
óleo sobre a tela...
Temporal.
O acaso não existe por acaso

Um brinde aos poetas!




MUITO OBRIGADA ANA.
BLOG DA ANA LUCIA: www.poemasanalu.blogspot.com 

Homen na geada ou Homenageada?

Rettamozzo e Marilda Confortin no Wonka

Mas não é que o Retta resolveu me homenagear e andou musicando uns versos meus?  Eu credito e endosso tudo que o Retta faz seja em tela, verso, prosa ou música.
Ele chamou esse acontecimento de HOMEM NA GEADA - é muito criativo esse artista. Demorou pra cair minha ficha.
Então, sem combinação nem anágua, vamos lá no Wonka amanhã pra vê no que vai dá. Diversão garantida.

Coisas do Retta.

Poetrix Wonkademia



Ontem, terça-feira, no Wonka,  Bárbara Lia, Ivan Justem e eu  participamos de um bate-boca poético. De repente a Deisi, me saiu com essa pérola:


Wondacademia
por Deisi Giacomazzi Silva

Marilda atravessou
enquanto
Bárbara Lia

A Deisi resumiu o espírito do VOX Urbe e da Woncademia que acontece todas as terças-feiras no Wonka Bar: Atravessar, versar, virar do avesso, fazer travessuras, brincar, falar sério e principalmente se  divertir. Muito bom.  

Mulheres cantam mulheres

MULHERES CANTAM MULHERES
COM ROSANA E ANA CLAUDIA
DIAS 6, 11, 12 E 13/11

Essas duas cantoras/compositoras, farão um show em homenagem às mulheres. No repertório, composições próprias e parcerias com outras compositoras, tais como: Alice Ruiz, Edinéia, Ethel, Mari Lopez, Yara e Marilda. 

Obrigada pela homenagem e pela parceria, Ro e Ana

O poema meu que elas musicaram foi esse: 

Antecipe-se

Antes,
que seja cedo
e o medo me excite.
Antes que eu hesite
e me negue,
seja breve,
me fascine
antes que seja tarde.

Antes,
que seja um erro
mais que um ledo engano.
Antes que eu faça planos
e desista,
insista,
me domine
antes que seja tarde.

Antes,
uma grande mentira
melhor que meias verdades.
Antes que eu perca a vaidade
e me iniba,
decida,
me intime
antes que seja tarde.

Diferenças

Diferenças
Homenagem a Marilda Confortin
por Hugo de Souza Vieira

Publicado originalmente em: Prosa de um homem da capital  

Hugo e eu, no Uruguai

Elas são vaidosas. Antes do encontro, tomam banho, se perfumam, hidratam o cabelo ou até mesmo vão ao cabeleireiro enfrentar horas de escova, chapinhas e papel alumínio; conversam muito e anotam os segredos de beleza da colegas, escolhem a cor do esmalte, mas não antes de tirar a cutícula, importante não esquecer de combinar o esmalte com a roupa. Aliás, a roupa. O que vestir? Há uma roupa para cada ocasião, para a noite, para o dia, para o namorado novo, o de duas semanas, para o noivo, para o suposto jantar de negócios e até para a conquista de um novo namorado. E deita-se o guarda-roupa na cama e apesar das dezenas de vestidos, calças e camisetas, nenhuma parece cair bem.

Mas a salvação alcança a quem tem fé, uma amiga chega na hora da indecisão e resolve o problema em minutos, afinal uma verdadeira amiga, entende a aflição da outra. Esta amiga volta a sua casa e trás a roupa tão procurada. Ela põe a roupa e se sente realizada, mas ainda faltam os sapatos; parece fácil, afinal é só combinar as cores, hum...não é bem assim, os sapatos também tem ocasião para se usar, sapatos discretos, de salto alto, tamancos, sandálias, mais com a amiga para aprovar, tudo fica mais fácil e ela sai vitoriosa para o seu encontro.

Eles nem tanto. Dez minutos antes do encontro botam um tênis, uma camiseta, uma calça jeans sem pensar muito se está bonito ou não, passam um desodorante, afinal, mulheres não gostam de homens fedorentos. Olham no espelho, o cabelo parece bom, chega o amigo e algumas palavras são trocadas.

- E aí?

- Como é que vai?

- Encontro?

- Pois é?

- Então volto outra hora.

- Falou!

Ela com toda a produção chega ao restaurante e ele já está lá sentado, ela o cumprimenta com um beijo no rosto:

- Como você demorou! – comenta ele.

- É que minha amiga chegou na hora que eu estava saindo. Há quanto tempo está aqui?

- Uns quinze minutos.

Ele nem nota a produção dela e ela pensa:

"- Estes homens... só falta agora pedir para dividir a conta."

Hugo de Souza Vieira

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Hugo foi meu companheiro de viagens e bar. Dizia que não entendia nada de poesia. Que não via nada de especial numa noite enluarada. Fingia ser frio, prático e nada romântico. Me deu uma bolsa vermelha, escandalosa de aniversário. Um dia, ou melhor, uma noite dessas de poesiarada num bar chamado Vacacherri, deixei-o sozinho na mesa com uma professora chamada Fátima. Em menos de um ano estavam casados e com uma filha linda chamada Katherin. Perdi o companheiro de viagens e de noitadas, mas ganhei uma amiga e uma sobrinha. Sejam felizes, meu queridos.
Hugo, Fátima, a bebê Katherin e eu. Como é gratificante ver  a felicidades de amigos queridos. 

Morte dolorosa

Morreu em Cuiabá o músico paranaense Marco Antonio Guiraud


Marco Guiraud é pai dos meus filhos Ébano e Nayara. 
Vivemos longos e bons anos juntos. 
Nosso amor e carinho para sempre.



Deus costuma usar a solidão
para nos ensinar sobre a convivência.
às vezes, usa a raiva para que possamos
compreender o infinito valor da paz.

Outras vezes usa o tédio, quando quer
nos mostrar a importância da aventura e do abandono.

Deus costuma usar o silêncio para nos ensinar
sobre a responsabilidade do que dizemos.

Às vezes usa o cansaço, para que possamos
compreender o valor do despertar.

Outras vezes usa a doença, quando quer
nos mostrar a importância da saúde.

Deus costuma usar o fogo,
para nos ensinar a andar sobre a água.

Às vezes, usa a terra, para que possamos
compreender o valor do ar.

Outras vezes usa a morte,

quando quer nos mostrar a importância da vida.

Fernando Pessoa

  Vai em paz, querido. Cuidarei bem dos nossos pequenos. Nos encontraremos novamente, se existir o outro lado, como acreditavas. 
 

Largando da Ordem - como se fosse Marilda Confortin

LARGANDO DA ORDEM
(como se eu fosse Marilda Confortin)
por ELIAN WOIDELO

Esse guri, Elian, várias pessoas pensam que ele é meu filho. E é assim que eu o considero. Exceto quando merece um puxão de orelha e o pai dele está por perto, já que ambos são músicos e vivemos esbarrando uns nos outros nos bares da vida. Daí, inspirado no meu velho poema "Largo Esquerdo da Ordem", ele me dedica esse "Largando da Ordem"


Largo larga de mim
Sou um amante chato
Sempre corro atrás
Nos bebedouros
No cavalo que baba a palavra
Santa da fé proibida
Oculto é meu olhar
Neste dia frio
Em cujas sombras tomam meu ser
Meu não ser
Meu vencer
Me vê mais um por favor?
O meu dia ainda é pedindo piedade aos
pombos que vagueiam a procura da
verdade.
Verdade é erro é engano
É aquilo que faz química em meu
coração curitibano


Esse poema faz parte de um livro do Elian, um jovem  jornalista de vinte anos, que escreve poesia, prosa, canta, toca, compõe, fala 4 idiomas, tem muita pressa de viver e recita poesias por aí, comigo ou sem migo, mas sempre meu amigo. Te cuida, querido!

Morcegos amarelos


Poema de Tonicato Miranda
para Marilda Confortin
a poesia quando vem a mim
vem assim
aos poucos
de manso
para mansinho
de um ganso
para o patinho
contornando tocos
desviando dos loucos
ativando meus sentidos
mudando minha cor interior
recuperando dados perdidos

a poesia quando vem a mim
bem assim
vem bailando
de vestido rodado
saia de chita e fitas
pés descalços
amassando o tablado
fandango pulsando
meu coração e o sangue
jorrando em todos os meus rios
arrastando tudo das margens
enchente forte em todas as imagens

a poesia quando vem a mim
aranha vistosa
às vezes lânguida
às vezes cândida
quase sempre cheirosa
mas pode também ser
revolucionária, guerreira
mesmo quando vem de mulher
arrebatando meu olhar e este mar
que há dentro de mim qual concha
abrigando pérolas que desconheço

a poesia quando vem a mim
vem assim
muda meu jeito
açoita meu peito
deixa-me triste ou quieto
passeando por bem perto
quase recolhido, na gruta escondido
eu e meus morcegos amarelos e belos

Tonicato é meu pareceiro de escrita de contos e cartas literárias. Tonicato foi proprietário de uma das mais curitibanas livrarias desta cidade, a Ipê Amarelo. Tonicato é arquiteto de ciclovias. Tonicato é poeta, proseador e um grande amigo.


sou feito de curitiba, por Thadeu Wojciechowski


e o Thadeu escreveu essa homenagem a todos os artistas de Curitiba:

sou feito de curitiba


já quis morar em nova york das muitas gentes
amsterdam de todos os bagulhos
tóquio dos mil sóis nascentes
e até são paulo coberta de entulhos
mas não, fui ficando por aqui mesmo
o mundo é pequeno pra mais de uma cidade
e minha vida é tudo que tenho
curitiba entrou nela e, pra minha felicidade,
no seu ecossistema existiam potys leminskis
soldas prados trevisans mirans vellozos
ivos alices buenos buchmanns guinskis
koproskis rogérios pilares franças rettamozos
paixões backs bárbaras shoembergers hirschs
minha mãe meu pai tios avós irmãos primos
pessoas do mundo inteiro como meus vizinhos

já quis morar em outros planetas, outras galáxias
mas eu sou feito de curitiba da cabeça aos pés
corre em minhas veias seus bosques, ruas, praças
vanzolins, marildas, coronas, diedrichs, josés
em cada uma de minhas moléculas, átomos, partículas
collins kolodys lours farias tataras cardosos
leprevosts góes vulcanis smaniottos claudetes
dantes flávios recchias bettegas setos viralobos
sneges justens pryscillas arnaldos octávios bergers
e fui ficando cada vez mais parecido com curitiba
e fui algemado a essa minha alma gêmea
estrela de cada dia estendida por toda minha vida
minha mulher, minha puta, minha santa, minha fêmea
eu, do berço ao túmulo, minha caminhada inteirinha
antonio thadeu wojciechowski, polaco da barreirinha


Esse é o cara. Poeta maior de Curitiba.  Antonio Thadeu Wojciechowski , o verdadeiro polaco da Barreirinha. O meu mestre, Saboro Nossuko. Olha esse diálogo:

- Mestre,

o dia-a-dia sempre me emociona.
O sol aceso como uma lâmpada,
o céu a nos servir de tampa,
o vento que a tudo detona.
- É, essas coisas existem!
- Mas o senhor não vê beleza nelas?
- Vejo graça no que dizes!
- Como assim?
- Na inocência de tuas comparações,
na fragilidade de tuas conclusões.
- Mas tenho lido tanto, mestre.
Será que nunca vou aprender?
- Cala boca, idiota!


Duas horas após profundo silêncio,
o mestre retoma:
- O que aprendeste neste tempo?
- Só uma coisa, mestre.
- E que coisa foi essa?
- Não te interessa!
- Estás começando a virar um mestre!


O livro do Thadeu "Saboro Nossuko", ocupou por um tempo bem curto, o lugar de honra da minha casa: a primeira prateleira do banheiro. Quando um livro está na primeira prateleira, significa que todos os membros da família e amigos estão lendo. Quando some do banheiro, é sinal que algum visitante surrupiou porque gostou também. 

Obrigada pela honra de me citar no poema, Thadeu.

FALANDO DE VOCÊ


de Vaneska M. Pegoraro,
para Marilda Confortin

FALANDO DE VOCÊ

Cabeça baixa,
passos firmes,
bom dia com a voz rouca,
perfume ao vento.

Às vezes nem isso ouvíamos,
depois de algum tempo,
ouvia-se um suspiro,
como quem pensa em algo que não volta.

Às vezes a risada entrava primeiro,
depois a festa de lhe ver animada
tomava conta de tudo.

Cabeça baixa,
passos firmes...
Sabíamos que a reunião havia sido mais que cansativa.

Às vezes o cigarro, seu companheiro inseparável
 se queimava entre seus dedos,
queimando junto cada palavra não dita,
cada injustiça sofrida.

Cabeça baixa,
passos firmes,
perfume ao vento,
sorriso aberto,
dedos sempre em figa.

Às vezes era nítida a vontade de foragir-se
desse mundo, de si própria, ouso dizer!

Às vezes não permitia ser sensível,
deixando que as pessoas lhe agradassem.

Se para muitos era uma forma de puxar-lhe o “saco”
para outros era a sincera vontade
de fazer um mimo para quem se quer bem.

Às vezes as pessoas simplesmente passam,
e logo são esquecidas.
Às vezes, algumas pessoas marcam a vida da outra
sem nem mesmo ter noção disso,

Às vezes, pessoas como você
ficam gravadas no coração, na alma,
não por algum motivo especial ou heróico,
mas por ser uma pessoa que tem amor incondicional pela vida.

Cabeça baixa,
passos firmes...
peito aberto para desvendar o que quer que seja,
isso é falar de você, para você e,
com você sempre estarei, enquanto permitir.

Vaneska M. Pegoraro
16/12/2009

Vaneska trabalhou comigo na Secretaria de Educação.  Observadora, inteligente, sensível. Sacava meu humor só pelo barulho dos meus pés entrando no departamento. Às vezes tentava me acalmar, mas, sou meio ouriço... em vez de aceitar, eu largava espinhos pra cima dela. Grande amiga. Mesmo não pertencendo mais à equipe de trabalho, não esquecerei de você e desse quarteto fantástico de pedagogas competentes. 
Obrigada e me perdoe por ser tão dura. São ossos desse ofício. No bar a gente tira a máscara.
da esquerda: Vaneska, Angela, Marilda, Janice

Crise existencial

Crise existencial

                              Na despedida da Marilda



                        Trilhar o desconhecido
Gritar o que te sufoca
Demonstrar tua raiva
Sair desse marasmo

Calar quando não tem certeza
Sucumbir ao que te emociona

Hibernar tua angústia
Magoar-se com a injustiça
Ignorar o que te consome

Viajar ao seu íntimo

Hibernar quando necessário
Ligar quando tiver vontade
Refletir sobre o que te preocupa
Estressar-se com o que não concorda
Sorrir quando tua alma quiser se desvelar

Rir quando teu corpo pedir

Chorar sem o sentimento de fraqueza
Entregar-se sem medo do fracasso
Temer a maldade alheia

Sonhar com a perfeição impossível
Assumir tua responsabilidade
Despir essa vergonha
Mostrar a tua cara

Arriscar sem garantias
Duvidar do que te prometem
Desejar o que te faz bem

Curtir os pequenos prazeres
Viver com alegria
Aprender a cada momento
  
Angela Cristina Cavichiolo Bussmann - 15.12.2009

Não, eu não morri, gente. Só me aposentei... 
Obrigada, Angela. Vai ficar tudo bem, querida. 


Marilda poeta, por Fajardo

MARILDA POETA

Por Cláudio Fajardo

Ela ensina as palavras a falarem
Ela ensina as palavras a amarem
Ela ensina as palavras a andarem
Soltam-se e andam sozinhas
Andam pela vida,
vão pelas ruelas,
pelas estradas de chão,
pelo fim do caminho.


Amam no Largo da Ordem
Soltam-se dos dicionários
Animam-se, animam
Animam o animal homem,
Mulheram a vida.


Recebi essa homenagem do ilustre paranaense Cláudio Fajardo, atual diretor da Biblioteca Pública do Paraná, que sempre dá espaço para a poesia. Um homem ligado à luta revolucionária, professor universitário, crítico, poeta e amante dos livros.
Fiquei muito emocionada com o poema e só depois de três dias, consegui me distanciar do alvo e lê-lo como como se não fosse dedicado a mim, sentindo a força da palavras, a beleza das metáforas, a construção inteligente e sensível do poema. Como eu disse ao Mauro Barbosa, eu nem sabia que o Fajardo me sabia... É provável que ele nunca leia esse comentário agradecido, mas isso não importa. Meu carinho e admiração por ele é eterno.
Fajardo, sua companheira Nanci e eu, no bar Kapelle


O que fica, então?

Para Marilda

De Everly Canto, para Marilda



Portas abrem e fecham...
Anoitece e "endiece"...
Ganha-se e perde-se...
Nasce-se e morre-se...
Tudo vem e vai...
dinheiro, trabalho,
stress, sinusite,
dor de cabeça, preocupação....

O que fica então?
A amizade, carinho, amor...
O sabor do bom vinho,
A lembrança da cerveja gelada,
O descobrir sentada ao nosso lado a grande amiga,
A coragem, a poesia, a fé e...
TUDO DE BOM QUE VOCÊ É, MARILDA!!!!!!


Everly foi uma dessas boas surpresas que a vida reserva pra gente. Trabalhávamos lado a lado, de cabeça baixa, envolvidas em assuntos sérios, complexos, estressantes. Não lembro quanto tempo demoramos para prestar atenção uma na outra. Mas, lembro que um dia, pegamos carona com o filho dela. Ele nos  apresentou o Inferno, uma tequila que mudou o rumo de nossa amizade. Acabamos numa cervejaria, provando todos os tipos de cerveja que existia. Caíram todas as máscaras, todos os deuses, todos os conceitos e preconceitos. Não somos mais companheiras de trabalho. Somos amigas. Somos irmãs. Pro que der e vier.