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Entrevista Marilda Confortin, concedida para revista Poetrix 8


Link para a REVISTA POETRIX


Como você conheceu o poetrix?

Fui apresentada ao Poetrix por Hércio Afonso de Almeida, numa sala virtual, por volta de 2001. Hércio me disse que participava de um grupo que escrevia uns tercetos “diferentes”, e me enviou algumas amostras de sua autoria e de outros autores. Fiquei extasiada! Reli inúmeras vezes degustando cada palavra daquelas “iscas”. Fiz algumas tentativas, até que em meados de 2002, ele me apresentou ao Goulart Gomes e ao grupo dos primeiros poetrixtas. Estavam organizando a primeira Antologia. Meu baú de Poetrix ainda estava meio vazio, por isso participei da primeira Antologia como convidada. E depois, de todas as outras. Permaneci no “yahoo grupo” e no MIP, aprendendo. Sou aprendiz eterna.

Como presidente da Academia Internacional Poetrix, quais as propostas atuais e futuras da Academia?

Essa é a primeira diretoria completa e eleita da AIP. Nosso objetivo nesse primeiro ano é promover atividades que nos ensinem a convivência harmônica e responsável entre acadêmicos. Exercitar a crítica e autocrítica, elevar a qualidade de nossa escrita e nos conhecer além de poetrixtas, mesmo que virtualmente. Para atingir esse objetivo, estamos promovendo Saraus, Berlindas e Concursos mensais de Poetrix entre os acadêmicos.

Criamos um site para dar acesso público à pesquisas das biografias, discursos, produção dos acadêmicos e não acadêmicos que nos enviam seus Poetrix para para publicação. O endereço do site é  https://www.academiapoetrix.org/. O e-mail para envio de Poetrix é academiapoetrix@gmail.com. Mandem seus melhores poetrix para publicarmos na página oficial da Academia.

Em maio de 2021, abrimos a possibilidade dos acadêmicos enviarem suas dúvidas e sugestões sobre a redação da Bula Poetrix, que foi escrita antes da criação da Academia. Estamos “bulindo” os textos que nos enviam e posteriormente faremos uma Assembleia Geral para “batermos o martelo”.

Em agosto de 2021, iniciamos os procedimentos de inscrição para a seleção de cinco novos membros da AIP. Acompanhem pelo site da academia.

No segundo semestre de 2021, retomaremos a criação do canal no Youtube da AIP, para realização de entrevistas, conversas, oficinas, saraus online, exposições de poetrix, grafitrix, videotrix entre outras coisas.

Já para meados de 2022, além da continuidade de todas as atividades citadas acima, vamos iniciar um ciclo de debates entre os acadêmicos, visando atualizar alguns itens do Estatuto e Regimento.

Temos outras propostas que dependem da finalização das etapas acima. Vamos deixar para conversar sobre elas mais tarde.

O que é o poetrix para você? O que nele te encanta?

Poetrix para mim é como um raio à noite. É isso que me encanta: O rápido clarão iluminando coisas que sempre estiveram aí e a claridade poluída de informações do dia-a-dia me impedia de ver.

O que precisa ter um bom poetrix?

Precisa ter as características que o definem como Poetrix, sem perder a poeticidade. Precisa sair do óbvio e surpreender o leitor. Poetrix é minimalista, não pobre de poesia.

Como usar o poetrix no trabalho pedagógico?

Não sou pedagoga, mas convivi com esses profissionais e estudantes no período de 2000 a 2015 quando trabalhei na Secretaria de Educação de Curitiba e ministrei várias oficinas de poesia minimalista. Aprendi muito sobre o desenvolvimento cognitivo das crianças, conteúdo curricular e em que fase determinado tipo de literatura pode ser ofertada aos estudantes para que compreendam, se encantem e queiram escrever. O Poetrix não é uma poesia infantil. É complexo demais e exige uma bagagem de conhecimentos que as crianças ainda não possuem. Pos isso, não recomendo o Poetrix para crianças.

Como ferramenta pedagógica, o Poetrix pode ser utilizado sem restrições no Ensino Médio e Superior. Já no Fundamental, é recomendado a partir do ano/série em que as Figuras de Linguagem entram no Currículo Escolar. Normalmente, é lá pelo 7º ano, quando já não são crianças e sim pré-adolescentes com seus 12 ou 13 anos de idade e conseguem transportar algumas Figuras de Linguagens e outros recursos de linguagens às suas realidades, associando-as com suas próprias falas, músicas que ouvem, gírias e expressões que circulam nos seus grupos de amigos. É um processo gradativo. Os adolescentes gostam do Poetrix, mas Bula completa é um bicho de sete cabeças para essa faixa etária. Normalmente eu uso um resumo nas minhas oficinas.

Poetrix é um gênero novo. Os professores não têm contato com o Poetrix nos cursos de Licenciatura. Não é uma poesia obrigatória. Por ser um poema “curtinho”, alguns acham que é igual a haicai, trova ou poesia infantil. Portanto, se você for convidado a dar uma oficina de Poetrix em escolas, pergunte primeiro qual é a faixa etária do público alvo. Imagine-se falando sobre Figuras de Linguagem e as Seis Propostas, do Calvino, para trinta crianças que ainda estão aprendendo a ler/escrever. Já aconteceu comigo e foi um desastre. Acabei brincando de ciranda cirandinha e deixando as crianças se divertirem. É recomendável aplicá-la antes aos professores para que saibam das características do Poetrix e possam dar conta do recado depois que você sair da sala de aula.

Que dicas você daria para os novatos e para quem já faz poetrix, mas sem conseguir excelência?

Leia e escreva muito. Não só Poetrix. Escreva sem se preocupar se será uma poesia quilométrica ou um dístico. Deixe o texto repousar alguns dias e depois comece a “bulir” nele com a Bula na mão. Por mais que doa, corte palavras repetidas, frases com o mesmo sentido, rimas pobres ou em excesso. Tente "enquadrar" o que restou do texto nas regras do Poetrix. Bula mais um pouco eliminando a obviedade; pesquise palavras novas e outras perspectivas para o tema. Valorize a poética. Metáfora é apenas uma das várias Figuras de Linguagem. Conheça-as. Use outros recursos da escrita. Provoque uma surpresa no leitor. Busque o famoso “susto” do Poetrix descrito por Lílian na coluna desta edição da Revista. Tenha paciência e contenha o impulso de publicar imediatemente. O importante não é a quantidade de Poetrix que você escreve, mas sim a qualidade. Crie um acervo/arquivo de ideias e revisite-o periodicamente.

O que você acha que precisa ser feito para o poetrix ficar mais conhecido?

Apesar de ter inúmeros praticantes, o Poetrix ainda é muito jovem comparado aos seus parentes famosos mais próximos, como o haicai e a trova. A Academia Poetrix recém foi criada. Estamos engatinhando ainda.

Ajudaria muito se a ABL reconhecesse o Poetrix e o incluísse no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa. Goulart Gomes enviou pela segunda vez esse pedido à ABL. Quando a AIP estiver registrada oficialmente e com seu quadro de membros completo, poderemos endossar e embasar essa solicitação.

Outra coisa que ajudaria é ter um texto oficial da AIP, orientativo, enxuto e com exemplos. Como uma “Bula para Iniciantes”, contendo os elementos obrigatórios do Poetrix, numa linguagem coloquial, fácill, para que os professores possam utilizá-lo como apoio pedagógico em suas aulas e para que os poetrixtas iniciantes sejam instigados a ler e interpretar outros textos mais longos e/ou mais complexos.

Gostaria de acrescentar algo importante?

Sim. Temos que perder o medo de submeter nossos Poetrix à análise de outros. Aprender a fazer e ouvir críticas, sugestões e argumentar sem ofender os colegas. Os grupos de Poetrix servem para isso, não só para massagear o ego um do outro. É agradável só elogiar ou receber palminhas, mas, não ajuda o poetrixta a melhorar sua escrita.

Deixe um poetrix de sua autoria em homenagem à confraria, nosso tema do trimestre.



Confraria

Comunhão de Pessoas
Alimento: Poesia
Ca(u)sa nobre!


Marilda Confortin, analista de sistemas aposentada, mãe de dois filhos, catarinense com 65 anos, desses,  quarenta vividos em Curitiba; Publicou meia dúzia de livros, sendo um de Poetrix; Integrou várias coletâneas brasileiras e estrangeiras; Letrista com duas músicas premiadas em festivais. Recitou poesias em botecos e igrejas; ministrou oficinas do Poetrix em escolas e universidades. Como representante do Brasil, participou de três festivais internacionais de poesia. É presidente da Academia Internacional Poetrix, gestão 2021 a meados de 2022. https://www.academiapoetrix.org/ https://iscapoetica.blogspot.com/ 

Música Sem sono


Tem música nova no pedaço. É uma parceria minha com a Ana Sonia Barros, compositora e intérprete. Está gravada no CD "REVOADA", já a venda nas lojas de disco. Confiram o vídeo:




Prêmio "Marilda Confortin" de poesia RH CRIATIVO

Pois é... virei prêmio, acreditam?! Isso não acontece frequentemente com poetas vivos. Cheguei a desconfiar que estava morta e não sabia.   
Mas a verdade é, que quase morri de emoção três vezes: Ao saber, pelo cumpadi Danié, que meu nome foi dado ao prêmio do II Concurso RH Criativo, da prefeitura de Curitiba; e ao ler os 120 poemas inscritos e ao entregar o troféu aos classificados. Tudo muito emocionante. Haja coração.
E para ver/ouvir os poemas premiados no lançamento do  livro: https://www.youtube.com/watch?v=DywnPVuOY0s

Posto abaixo algumas fotos da premiação.

Troféu aos classificados

Comissão julgadora


Exposição dos 20 poemas selecionados


Agradecendo a homenagem


Poetas ganhadores do concurso e autoridades municipais


Jantar comemorativo, com roda de viola e poesia

Artista Fúlvio Pacheco, grafitando-me.


VIVA A POESIA, VIVA DANIEL FARIA
 E LONGA VIDA AO RH CRIATIVO  

Teaser do RH Criativo

Música Amorfina. em parceria com Gerson Bientinez

Poema meu, musicado por Gerson Bientinez, com a interpretação impecável do cantor sul-mato-grossense Gustavo Vargas
No piano Sérgio Justen; no violão Gerson Bientinez; no violino Maska (Noruega).



Amorfina
(Marilda Confortin)


O que mata não é a dor

de perder quem se ama.
Enquanto a dor maltrata
é porque ainda há chama, 

há seiva, há gana,
há chance de reacender.

O que mata não é a lembrança,
é a indiferença.
Não é o que se pensa,
é o que se dispensa.

Não, a vida não acaba,
quando o mundo desaba,
eu que aprenda a levantar.

A vida fenece,
quando anoitece e amanhece na rotina.
Nada começa, nada termina,
o amor desvanece, neblina.

A vida termina, coração adormece,
amortece,
amorfina.

Leitura de poemas do Vinícius de Moraes



Bárbara Lia e eu estaremos lendo poemas nossos e de Vinicius de Moraes durante a 32ª Semana Literária SESC. Teremos a honra de ser acompanhadas pelo saxofonista Ederson Renaud.



E FOI ASSIM:

Bárbara Lia e Marilda Confortin - as que leram poemas do Vinícius (e de nossa autoria, também)

Ederson e Marilda - Vinícius em música e verso

Ederson sabe tudo de Vinícius e de sax.


Fotos de Decio Romano.


A Rosa de Hiroshima

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida.
A rosa com cirrose
A antirrosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.
(Vinícius de Moraes)

Mujeres Poetas en el país de las nubes 2012


Então... não terá moleza no XX Encuentro Internacional de Mujeres Poetas no México. Logo no dia seguinte à minha chegada, antes mesmo da abertura do Encontro, já farei uma leitura numa das casas de cultura, juntamente com Blanca Salcedo da Argentina e Theodoro, do Chile. Olha que programação interessante:



Nos dias 4 a 6, acontecerão as reuniões, debates, oficinas e recitais sob o tema "La República en la vóz de sus poetas" - no centro histórico da cidade do México.
De 7 a 12, a programação será um sufoco. Cada dia em uma cidade diferente. Participarei de todos os recitais e oficinas:

Día 7 - Región Mixteca
- Talleres y recitales en las escuelas de la comunidad de Santo Domingo Yanhuitlán y - Recital de Inauguración en el Ex Convento de Sto. Domingo
 
Día 8 - Villa Tamazulapam del Progreso
- Recital en la Escuela Normal para Maestras
- Recitales, pláticas y talleres en las escuelas de la comunidad
- Recital en el Templo de Nuestra Señora de la Natividad

Día 9 - Nochixtlán y Teposcolula
- Recital en la Capilla Abierta
- Reunión con autoridades municipales
- Regreso a Yanhuitlán
- Recital de Clausura en el Ex convento de Santo Domingo

Día10 - Ciudad de Oaxaca
- Reunión de trabajo
- Recital Museo del Palacio de Gobierno

Día 11 - Monte Albán
- Recitales, pláticas y talleres en las escuelas de la comunidad
- Reunión de trabajo, evaluación y recital de despedida

Día 12 - Recital Universidad La Salle
- y retorno a la Ciudad de México

é uma maratona poética pra ninguém botar defeito. Vou precisam mesmo  dessas asas...

 


haicai ou poetrix, por Aroldo Murá

Na edição do dia 23/11, o colunista  Murá postou uma matéria no Indústria & Comércio, falando sobre minha poesia. Que honra!
Aí está, em arquivo do Indústria&Comércio: https://www.diarioinduscom.com.br/hai-kai-ou-minimalismo-poetico/



Se você disser à poeta Marilda Confortin que ela escreve hai-kais, pode até perdê-la como amiga. Ela é daquelas que faz questão de levar rigorosamente a sério a conceituação de “hai-kai”, forma poética originária do Japão e que tem regras muito específicas. A grande maioria dos poetas, no Brasil, faz “kai-kai” como bem entende: desde que sejam versos de três linhas já são rotulados como tal. Marilda, ao contrário, faz parte e defende o movimento Poetrix, que produz textos poéticos de três linhas, mas chamando-os de “poesia minimalista”.


NAS ESCOLAS
Este ano, Marilda e outros poetas do movimento Poetrix foram às escolas, ministrar oficinas de poesia. Dias 23, 24 e 25 ela estará ministrando as últimas oficinas de Poetrix, na Escola Municipal Mirazinha Braga Braga (a convite da prof. Magali Fressato) e na Escola Municipal Nympha Peplow (a convite da prof. Lucia Felix Pedri), para alunos das 5º séries, “gurizada muito criativa”, segundo a poeta. Ela mesma é bastante versátil, pois conseguiu ser analista de sistemas (já aposentada), sem deixar de ser poeta e cronista. Nascida e crescida em ambiente rural na cidade de Chapecó – SC, teve pouco acesso aos livros na infância. O primeiro contato que teve com a poesia foi na forma oral, por um tio que a ninava recitando poemas de Olavo Bilac.


EM CURITIBA
Aos quinze anos candidatou-se a tirar pó dos livros da biblioteca do Seminário Diocesano próximo à sua casa. Naquele trabalho descobriu os livros. Encantou-se com a palavra. Em 1975 mudou para Curitiba, onde criou raízes e filhos. Estudou na UFPR, trabalhou como analista de sistemas, e nos últimos anos como diretora do Departamento de Tecnologias e Difusão Educacional da Secretaria de Educação, onde foi responsável pela implantação de uma rede de mais de 180 bibliotecas, merecendo o prêmio “Objetivos do Milênio/2009”. Participou da Primeira Antologia Poematrix, e de outras antologias.


LIVROS E EVENTOS
Marilda representou o Brasil em dois eventos internacionais de Poesia: X Encuentro Internacional de Mujeres Poetas no México e Festival Internacional de Poesia de Granada, Nicarágua. Publicou cinco livros, alguns textos avulsos, uma peça de teatro, participou de várias antologias nacionais e internacionais. Recebeu prêmios literários e outros como letrista. Atualmente tem mais de 50 textos musicados. Pertence à Academia José de Alencar e ao Movimento Internacional Poetrix, onde é uma das coordenadoras e incentivadoras mais ativas. Poesia recita em qualquer espaço, bares, teatros, escolas, feiras, festivais de poesia e locais públicos. Mas não digam que são hai-kais!



Acróstico para Marilda

de Ana Lúcia Gouvêa da Silva com carinho para Maria Marilda Confortin


Maestrina das letras 
Animadora das palavras
Rimando ou proseando...
Inspiradas e iluminadas
As frases vão se formando!


Mesclando e colorindo
As vezes intrigando e confundindo
Realidade e imaginação
Ilusão ou fascinação...
Lírico, divino ou profano,
Do mundo nada a esconder
A penas... viver e deixar viver!  

 16-07-2012

Mais uma vez a Ana Lúcia, essa poeta linda e querida, me homenageia com seus versos. E mais uma vez, eu agradeço a Deus por ter amigos tão nobres e atenciosos. 

Muito obrigada pelo carinho e por esse belo acróstico,  Ana Lúcia
Link para o blog de Ana: http://poemasanalu.blogspot.com.br/

Deu no jornal - Silvério da Costa

Com 4 meses de atraso, posto aqui a nota literária sobre meu último livro "Busca e Apreensão", escrita por  Silvério da Costa, publicada no Jornal Sul Brasil. Essas coisas inesperadas, deixam a gente muito feliz e eu nem sei como agradecer.


JORNAL: SUL BRASIL - 8 DE MARÇO DE 2012
COLUNA: FRONTE CULTURAL
COLUNISTA: SILVÉRIO DA COSTA

A FERA VOLTOU!

“Busca e apreensão, de Marilda Confortin, uma chapecoense radicada em Curitiba há muitos anos, é um livro de poesias que vai além da própria poesia, porque penetra nos meandros da psicologia, do destino do ser humano e das contradições da vida, servindo de embocadura para chegar à reflexão sobre a condição humana e a existencialidade, com tudo que tem direito, tendo o humor refinado e sarcasmo como linha de frente.

Marilda explora os diferentes caminhos da poesia, vinculados ao cotidiano, com uma forma de abarcar temas diversos, embora prevaleçam os de cunho mundano-erótico-libidinosos, regados a doses etílicas que deixam qualquer Baco de quatro, como forma de libertação.

“Busca e Apreensão” é um livro que olha para o passado, sem sair do presente, para revelar o futuro, porque enfoca o dia a dia do ser humano através de uma linguagem multifacetada e poliédrica, criando uma harmonia pluridimensional, com o envolvimento de grandes nomes da poesia universal como Florbela Espanka, Liminski, Neruda, Maiakówski e outros, misturando poemas prolixos com poemas sintéticos, como os que fazem parte do Movimento Internacional Poetrix (poemas de três versos), do qual Marilda é uma das principais cultoras. Ela é uma poeta plural, heterogênea, que mistura, sem pejo, tradição com modernidade, para elaborar suas ideias e transformá-las em poemas cujos versos têm, muitas vezes, uma só palavra, ou menos que isso, fragmentando-os, e unindo-os, e superpondo-os, formando novas configurações.

Marilda Confortin é uma poeta irrequieta, que busca na desordem do universo (seu e dos outros) o material para sua realização substancial, sem meias palavras, deixando claro o seu inconformismo com a lida e com a vida, sem falar das peleias metafísicas. Sua poesia é o resultado da inventividade e da insubmissão, usando para isso uma linguagem pícara e de duplo sentido, exercitada em jogos frasais e trocadilhos, valorizando a semântica e fazendo confluir para a concretização da poesia, uma poesia sem adereços, sem elucubrações e com endereço certo. As suas ferramentas são a sensibilidade e a competência, que a têm projetado para o Brasil e para o mundo. Parabéns! Vejam:

MÁ NOTÍCIA

O gato subiu no telhado
A casa caiu
O Universo entrou em entropia
E eu aqui esse frio
Fazendo poesia
De um lado pra outro
Onça enjaulada
Ainda não entendeu
Como caiu na cilada.

Eu só queria saber por que Deus
Deu sete vidas pros gatos
E só uma pra mim.


SOBRE HOMENS E DEUSES

Cala-te homem!
Não molestes os deuses
Com tuas perguntas tolas sobre as mulheres.
Os deuses são etéreos.
Nada sabem sobre seres de barro
Modelados por mãos humanas.

Tu me imaginaste e me esculpiste.
Tu sabes quem sou e onde estou.
Por que me buscas tão distante?

Esquece tudos o que sabes
E toca-me, cego, em braile.
Aguça o tato e trilha o caminho úmido
Que te conduz ao útero.

Já o percorreste uma vez
Quando eras esperma.
Lembras?

Adentra-me.
Por alguns instantes
Não será homem nem mulher.
Serás Deus.

Quando te liquidificares em mim
Saberás que a vida começa
Numa pequena morte.
Chão e ar te faltarão
Mas estarás mais seguro que nunca
Porque saberás que é aqui
Dentro de mim
Que te inicias e acabas.

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Silvério Ribeiro da Costa é brasileiro naturalizado. Nasceu em Porto, Portugal, mas reside no Brasil há muito tempo. Publicou dezenas de livros, participou de mais de sessenta antologias, escreve poesia, prosa, resenhas, notas e crítica literária. Faz parte de diversas instituições culturais do Brasil e exterior, entre elas a IWA-International Writers Association and Artists, com sede em Ohio-E.U.A. Tem trabalhos publicados em revistas e jornais de vários países e já foi traduzido para o Espanhol, Francês, Inglês, Italiano, Esperanto e Grego.
Assina coluna Fronte Cultural, no jornal Sul Brasil, em Chapecó,SC. http://www.jornalsulbrasil.com.br/site/

Livro de poesias Busca

Ao ler meu livro de poesias "Busca e apreensão", o poeta Vilmar Daufemback, escreveu esse poema:


Reabro aqui minha adega
Na távola, Busca e Apreensão,
Com um tinto que me rega
E me entrega à prisão.


Prisão dos versos que leio
Onde eterno eu me condeno
A devorá-los sem freio
E deles me apequeno.


Da tua cepa sou mosto
Vinagre de acriazedume,
Sou casta de cheiro betume
Colhida em fim de agosto.


Levanto a ti minha taça
Santè! - desejo pra ti
Da minha adega que escassa
Versos como esses que li.

Vilmar Daufemback





Emocionada aqui, Vilmar. Muito obrigada

Nosso Canto - Nova parceria com Eliane Bastos

Nesta entrevista, Eliane Bastos conta sua trajetória musical como intérprete e mostra pela primeira seu trabalho autoral. Estou muito orgulhosa porque uma das músicas tem parceria comigo. 


Nosso canto
(Eliane Bastos e Marilda Confortin)

Eu quero um canto meu
um canto só onde só caiba eu.

Um canto puro,
ensolarado, seguro
pra guardar meus valores
ideais e amores
antes que eu os negue
que me invadam,
roubem-
me
ceguem-
me
calem
me
reste nada

Eu quero um canto em mim
em si
bemol
ou lá
em sol
um canto só
pra guardar o dó
de nós
dois 

OUÇA A MÚSICA 



Ebook Contrición

Ebook Contrición

Español 



Livro de poesias no formato eletrônico, com 38 páginas, reunindo alguns dos meus poemas traduzidos para o espanhol.





Poetrix + Haicai = Haitrix

A noite de ontem foi muito quente. Infernal!  
Foi a grande estréia poética do Álvaro Posselt nos bares curitibanos. Fizemos nosso "jogral" de Hai-Trix, Delícia! 
O cenário, uma exposição das fotos maravilhosas do Ricardo Pozzo. 

Noite de inverno
um chopinho bem gelado-trix
é servido no inferno
(Álvaro Posselt)
---

Eterno Inferno

Se me chamas
Ascendo aos céus
Ardo em chamas
(marilda confortin)
----
Haverá de ter, no final da jornada
qualquer coisa melhor
que o nada?
(Ricardo Pozzo)

Nhentos tercetos de todos os tipos e autores de sobremesa, sobre a mesa
Daniel Faria e Gegê Félix tocando, cantando e declamando suas composições impecáveis.

Na hora do microfone aberto, os destaques foram os poetas Adriano Smaniotto e o Carlos Henrique ( o Hique). Mandaram muito bem, como sempre. A platéia já sabe até pedir poemas deles pelo título, como se fossem músicas. E é música. Afinada, afiada. De primeira!

Bar cheio de amigos, mensagens e boas vibrações dos que não puderam ir e um poema provocativo do querido multi artista Retta Rettamozo:
 

Ai ai ai

Nosso amor é um hai kai
Mas eu te prometo meto meto
Um amor maior que um soneto
(Retta)



respondi assim pra ele:


Não arRetta, Retta...

Mais que hai kai  poetrix ou soneto
nosso amor é poético, épico, 
não cabe num terceto.
(Marilda)

VALEU!   

Presente de Ana Lúcia Gouvêa da Silva

Recebi o poema abaixo de uma leitora, poeta, chamada Ana Lucia. Ela usou somente os títulos dos meus poemas publicados no livro Busca e apreensão para fazer essa bela construção poética. Muito interessante e criativa. Resumiu meu livro e meus sentimento. Fiquei bem quietinha, só curtindo. Ana estranhou meu silêncio, perguntou se eu não tinha recebido, ou se não tinha gostado. Bom, eu não sei o que fazer nessas horas... me calo. Depois que passa, só posso dizer que é muito bom ser homenageada (ou HomenaGeada, como disse o Retta).
Receber esse retorno de leitores, anônimos e amigos é meio assim como ser algemada na cama e receber prazer, imóvel, gratuito... rs. Me permito o orgasmo silencioso e guardo todos esses carinhos recebidos no melhor lugar do meu coração. Pra poder me aquecer nos períodos de estio, guardo também aqui, no blog, no menu das coisas de amigos. Revisito sempre que preciso me fortalecer ou quando me bate a saudade.

Busca e apreensão

por Ana Lúcia Gouvêa da Silva 

             
Procura-me
garoto tolo.
Quando eu te encontrar novamente,
na morada, sem medidas.
Ouriço, coisa besta.


Inconveniente,
quase amor a flor da pele...
Amor e ódio,
dolorosa lembrança!

Poesia abortada, olhar suicida
poço...
Validade vencida.
Fingida.

Ato de punição,
vinho velho,
pesadelo,
descrença.
Ato de contrição.

Hoje, amanhã
Segredo.
Com fusão...
Vítima, dia após dia...

A lua e eu,
submissão criminosa.
Sinais da noite,
conversas com um velho rio...

Estradinha de terra,
óleo sobre a tela...
Temporal.
O acaso não existe por acaso

Um brinde aos poetas!




MUITO OBRIGADA ANA.
BLOG DA ANA LUCIA: www.poemasanalu.blogspot.com 

Homen na geada ou Homenageada?

Rettamozzo e Marilda Confortin no Wonka

Mas não é que o Retta resolveu me homenagear e andou musicando uns versos meus?  Eu credito e endosso tudo que o Retta faz seja em tela, verso, prosa ou música.
Ele chamou esse acontecimento de HOMEM NA GEADA - é muito criativo esse artista. Demorou pra cair minha ficha.
Então, sem combinação nem anágua, vamos lá no Wonka amanhã pra vê no que vai dá. Diversão garantida.

Coisas do Retta.

Poetrix Wonkademia



Ontem, terça-feira, no Wonka,  Bárbara Lia, Ivan Justem e eu  participamos de um bate-boca poético. De repente a Deisi, me saiu com essa pérola:


Wondacademia
por Deisi Giacomazzi Silva

Marilda atravessou
enquanto
Bárbara Lia

A Deisi resumiu o espírito do VOX Urbe e da Woncademia que acontece todas as terças-feiras no Wonka Bar: Atravessar, versar, virar do avesso, fazer travessuras, brincar, falar sério e principalmente se  divertir. Muito bom.  

Mulheres cantam mulheres

MULHERES CANTAM MULHERES
COM ROSANA E ANA CLAUDIA
DIAS 6, 11, 12 E 13/11

Essas duas cantoras/compositoras, farão um show em homenagem às mulheres. No repertório, composições próprias e parcerias com outras compositoras, tais como: Alice Ruiz, Edinéia, Ethel, Mari Lopez, Yara e Marilda. 

Obrigada pela homenagem e pela parceria, Ro e Ana

O poema meu que elas musicaram foi esse: 

Antecipe-se

Antes,
que seja cedo
e o medo me excite.
Antes que eu hesite
e me negue,
seja breve,
me fascine
antes que seja tarde.

Antes,
que seja um erro
mais que um ledo engano.
Antes que eu faça planos
e desista,
insista,
me domine
antes que seja tarde.

Antes,
uma grande mentira
melhor que meias verdades.
Antes que eu perca a vaidade
e me iniba,
decida,
me intime
antes que seja tarde.

Poetrix na Bienal de São Paulo

Poetrixtas unidos jamais serão vencidos!

Antonio Carlos, Marília Baetas, Carmelita, José Walber, Vicente Cariri, Goulart Gomes, Regina Lyra, Rosa Pena, Marilda Confortin


Fiquei olhando aquela imensidão gente e de livros e por um momento duvidei do que dizem por aí: “O brasileiro não lê”. Se não lê, como é que publicam tantos livros? Porque existem tantas feiras? Se desse prejuízo, porque esse mercado estaria tão aquecido? As editoras não fazem caridade...

Os espíritos e os vampiros invadiram a Bienal. Com certeza, os livros mais vendidos foram o do Chico Xavier e os da série "Crepúsculo", de Stephenie Meyer. Outro tema muito explorado, foi a culinária.

Um estande que também atraiu  muita gente, foi o do livro digital. As crianças ficaram muito curiosas com os aparelhinhos de leitura digital. É o futuro.  

 Lilian Maial e eu


Goulart Gomes, pai do Poetrix, eu e Rosa Pena que lançou seu livro de crônicas Tarja Branca, uma leitura muito agradável.
Até que enfim conheci pessoalmente essa turma. Nossa amizade já dura uma década. Quem disse que não se faz amizades sinceras e duradouras nas Internet?

Nossas antologias foram lançadas com sucesso. Deixo aqui umas iscas do Poetrix. Se gostarem, eu tenho exemplares para a venda.

H2OMEM

Calor, frio, sede, fome.
Excesso e escassez.
Difícil o guri virar homem.
(Rosa Pena)

BABEL

no alto da torre
sob o céu, ela e eu:
mistura de línguas
(Goulart Gomes)

LAVADEIRA

esfrego o peito na pedra
coração pra quarar
tua marca não sai
(Lílian Maial)

VIDAS CRUZADAS

... e só tu caminhas
pelas curvas e linhas
da palma de minha mão
(ACM - Antonio Carlos Menezes)

PULMÃO DO MUNDO

eterna esperança
ah! Mundo bandido,
a Amazônia expirra
(Marília Baetas)

SECA

Na sede que me abafa
Procura intensa pelo líquido
O leito do rio sem água
(Regina Lyra)


NATUREZA MORTA

no oco do tronco decepado
uma arara ferida
choca um machado
(Marilda Confortin)

Cuca: Intérprete curitibano foi-se...

CUCA - cantando nosso samba triste e sem nome

Se foi nosso Cuca... que tristeza.  Faleceu nos primeiros dias de maio de 2010. Era um dos melhores  cantores da  noite Curitibana.

Tantos anos ouvindo-o e eu nunca falei seu nome completo.... só o apelido: "CUCA". Ele cuidava de mim nas noites de boemia. Conhecia todos os malandros de Curitiba e se um deles se aproximasse, ele já vinha pra me salvar. 

Cuca nem precisava de instrumentos musicais para acompanhar. Era dono de um vozeirão capaz de calar até os faladores mais  compulsivo dos bares.

Além da saudade, comigo ficou apenas uma fotografia de uma "quinta dos infernos" lá no Villa das Artes onde cantou nos últimos anos e uma gravação caseira de um samba triste e sem nome, composto  por mim, pelo Marco Guiraud (meu marido, também faleceu em fevereiro deste ano),  e pelo s parceiros Washington e Clio Abreu. Fizemos muitas músicas juntos. Chamávamos essa parceria de "5 mares e um rio".  Mas esse é o samba mais triste que compusemos... tão triste que nem nome tem. Até me dá vontade de chorar. Cuca queria gravar essa música. Gravou, mas, só na minha memória e dos parceiros dessa composição. É... Está sendo um ano de muitas perdas esse tal de 2010..

Posto aqui esse samba, como um réquiem  para o Marco e para o Cuca.

SAMBA TRISTE E SEM NOME
Autores: Marco Guiraud, Marilda Marilda Confortin, Washington e Clio Abreu
Intérprete: Cuca


Nada para mim traz alegria
hoje foi só mais um dia
sem flores no meu jardim
sigo tão tristonho meu caminho
só restou aquele espinho
de um amor que teve fim

a esperança é a última a morrer
mas, para sobreviver
quanto ela se transforma!

eu sonhei amor mais que perfeito
que ironia - o meu peito
com migalhas se conforma