Eu, tu, ele e ela, nós não podemos perder, neste dia 14/03/2008 (quinta-feira) a partir das 19hs na Biblioteca Estadual do Paraná, o lançamento deste delicioso “Lua Caolha” o livro de poetrix da grande poeta curitibana Marilda Confortin.
Depois, quando a poeta enviou-me um arquivo com poemas para ler (“Contém quase toda poesia que escrevi até agora, ela disse.), apesar de eu ter gostado menos de um ou outro poema, pude constatar tratar-se de uma bela poeta. “Curitiba bem que poderia te adotar como a poeta da hora!”, eu lhe disse. “Você escreve melhor que a Helena Kolody!”, acrescentei. Do pódio de sua humildade, a poeta rodou a baiana e disparou: “Você não deve entender mesmo de poesia, seu poeta! Os poemas meus que criticaste são os que as pessoas mais elogiam! E coitadinhos dos meus versinhos diante dos poemas da mestra!”. Mas mesmo assim, mais calma depois, ela perguntou-me se eu achava seus poemas publicáveis. Rebati que sim e que sim e que sim! Desde então, para alegria de todos nós, Marilda tem publicado seus livros de poemas e de prosa sempre que possível, e o mundo tem ficado mais bonito por causa deles. Típico de quem sempre precisou batalhar no mundo par sobreviver, a autora escreve pouco e em horários improváveis (em suas luas, vai ver…) mas escreve também contos, crônicas, canções e textos para teatro.
Na época que a conheci, Marilda Confortin já estava em contato com grupos de poetas através da internet onde discutiam e praticavam uma espécie de terceto, (filho bastardo do haicai, como costuma dizer a poeta) e hoje internacionalmente conhecido, que denominavam “poetrix” (Veja o manifesto de número 2 do “Movimento Poetrix” no livro “Lua Caolha” e também o site http://www.movimentopoetrix.com/).
O LIVRO
Independentemente de realmente conter poemas de 3 versos e com até 30 sílabas reconhecido como “Poetrix”, o livro “Lua Caolha” contém uma série de pequenas pérolas (POETRIXANDO: Brinco/ de colar/ perolas.) que, advertidamente, irão deixar o leitor de poesia que o ousar, deliciado. A poeta, que também é uma das responsáveis pelo movimento de ressurreição de bibliotecas nas escolas municipais de nossa cidade, mostra aí que é uma perita em significar espaços mínimos. Este “Lua Caolha” é brilhante, não subestima o leitor embaçando com um palavreado difícil uma pretensa poesia, ele toca, nele tem como ver poesia! E comover, em arte, é a maior e melhor parte, amigos e inimigos meus!
Amanhã passa
eu vinha.
O rei na barriga
…e tem!
Vens sempre envolto em nu
vens.