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Livro de poesias Busca

Ao ler meu livro de poesias "Busca e apreensão", o poeta Vilmar Daufemback, escreveu esse poema:


Reabro aqui minha adega
Na távola, Busca e Apreensão,
Com um tinto que me rega
E me entrega à prisão.


Prisão dos versos que leio
Onde eterno eu me condeno
A devorá-los sem freio
E deles me apequeno.


Da tua cepa sou mosto
Vinagre de acriazedume,
Sou casta de cheiro betume
Colhida em fim de agosto.


Levanto a ti minha taça
Santè! - desejo pra ti
Da minha adega que escassa
Versos como esses que li.

Vilmar Daufemback





Emocionada aqui, Vilmar. Muito obrigada

Poetrix na Feira de Livros


Feira de livros em Santa Cruz
 

Manhã setembrina.
Abelhas volteando sobre meu livros.
Será que sai mel?
 (Anair Weirich)

 =0=

Na Feira de Santa Cruz

Enxame de leitores.
Poesia poliniza.
Poesia polemiza.

 (Marilda Confortin)

=0=

Abelha no livro
O zangão anda zangado
Colméia sem bóia.

Abelhas nos livros
Faltam flores na floresta
Consciência morta.
  (Vilmar Daufenbach) 


 =0=
Essas foram algumas das brincadeiras escritas nesse final de semana com poetas chapecoeneses. Anair, prima, na feira do Livro em Santa Cruz, teve seus livros atacados por abelhas (seus livros são perfumados) enquanto travava uma conversa sobre o Poetrix com um escritor local. E Vilmar, diz que não sabe escrever poetrix nem haicai por isso criou um novo tipo de terceto terá como regra falar de concreto, asfalto, plástico ou algo que impacte no meio ambiente.  Kigo urbano, Vilmar?  😅

Na terra de Condá
os postes nascem de sementes.
Árvore cá não dá.
(Vilmar Daufenbach)

=0=

Vil Mar

Zangão não faz mais mel.
Só poesia concreta,
ferroada e fel.
(Marilda Confortin) 

Tudo encurta

Por Vilmar Daufembach

Esse inverno tudo encolhe:
O pensamento não vem,
As palavras se detêm,
E toda a nudez se tolhe.


Encurta o riso, o humor,
E tão pouco amor se faz,
Quase nada nos apraz,
Todo osso sente dor.

Corpos deitam separados,
Pés gelados, bundas frias,
Mãos passeiam arredias,
Não reagem, os agrados.

Os banhos são torturantes,
Que se danem os asseios!
Pois que lacram todos os seios
Em seus bojos redomantes.

Deitam as matas ciliares
Sobre a fonte da entranha,
Ao mergulho, não se assanha:
Barram as redes circulares.

Cá no sul da nossa esfera
Cede o verde ao branco giz,
Tanto frio torna petiz
O que já pequeno era.

Casacões, mantas de lãs,
Ceroula, boné, pijama...
Como é bom ficar na cama
Nessas gélidas manhãs.

Esse frio que aqui impera
Desgrenha, enruga, arrepia,
Hibernar, melhor seria,
Só voltar na primavera.


VOU-ME EMBORA PRA BRASÍLIA

Vou-me embora pra Brasília
Pasárgada é tão triste
Lá, Papai Noel existe,
E o dinheiro vem de pilha.

Lá terei na minha cama
Mulheres bem fornidas
Benesses autoconcedidas
Longas férias, muita fama.

Estarei com senadores
Viajarei mais que turista
Pago com dinheiro a vista
Do bolso dos eleitores.

Serei um rei absoluto
Com servos a me abanar
Champanha e caviar
Segurança e usufruto.

Andarei de Limusine
Com chofer e batedor
Trocarei o velho amor
Antes que ele me fascine.

Vou-me embora pra Brasília
De Pasárgada enjoei
Lá sou bem chegado ao rei
A vida é uma maravilha!

A civilização, oh!
Mãe Joana é graduada
Louca de Espanha, nada!
Veio lá do Cafundó.

Montarei quartos-de-milha
Subirei de elevadores
Tomarei banhos de flores
Vou-me embora pra Brasília.

Pasárgada - deu pra bola!
Nada mais cá me desfruta
As bonitas prostitutas
Em Brasília gastam a sola.

Pra Brasília vou-me embora
O processo é bem seguro
E o trabalho não é duro
Tudo lá chega na hora.

E se tão triste eu estiver
Triste tanto de morrer
O rei virá me socorrer
E trará outra mulher.

Lá terei um moto-boy
Pra buscar as encomendas
Alguém pra contar lendas
E enfermeira pro dodói.

Tem Internet banda larga
Celular de graça e mordomias
E se eu quiser orgias
Em Brasília é como praga.

Brasília é só alegria!
O Bandeira está por fora
Vivo se estivesse agora
Pra Pásargada não iria...

Vilmar Daufenbach

Restrições




Temo pelas
entregas
quando ciúmes
imperam;
bons vinhos
ponderam
ir mais lento
às adegas.

Vilmar Daufenbach