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Un brindis!

Poema de marilda confortin, lido por Lina Zeron, contido na live "coctel molotov de poemas incendiários", de Lina Zeron e Hoz Léudnadez, México, em 2020.




Varal virtual - poesia paranaense

Fiz esse varal virtual para uma oficina de poesia, já faz algum tempo. Esqueci de compartilhar. Mas agora tá aí pra quem tiver 10 minutos para conhecer um retalhinho de mais de 60 poetas paranaenses. Tomara que gostem.

Chuva

Este poema é de autoria de Cleci Rita Confortin, minha irmã querida. Encontrei-o no baú, esquecido por ela e por mim. Dei-lhe uma roupagem visual e resolvi expô-lo no blog para homenageá-la.

ÓLEO SOBRE TELA - MÚSICA DE GEGÊ FÉLIX + POESIA DE MARILDA



Óleo sobre tela

Pouso meus olhos sobre telas de Van Gogh.
Deito-me ao lado do ceifador
e adormeço sobre feixes de trigo.
Cena familiar.
Cedo ao sonho.
Retrocedo à infância.
Vejo-me criança, pura
feito a loucura do pintor.
Inerte, braços abertos,
fingindo-me espantalho
no meio do trigal maduro.
Um gérmen ainda.
Nem sabia o que era poesia
e já sentia.
Os pássaros pensam
que meu cabelos brancos
são feixes de palha.
Espanto-os.
Da janela do sanatório,
Van Gogh se espanta e pinta
corvos sobre o campo de trigo.
Acordo.
Kurosawa sonha comigo.

COSAS DE MUJER - POESIA

Poesia Um brinde aos poetas



Um brinde!

Poesia é uma Flor Bela que Espanca,
fere, maltrata.
Poesia quando ataca provoca cirrose,
divórcio, taquicardia, tuberculose...
Poesia mata!
Por isso, os grandes poetas estão mortos.
Por isso, os poetas vivos são assim tão... tortos.
Só loucos, vivem a poesia em sua essência.
Em sã consciência,
a hipocrisia desta vida é insalubre,
arde feito urtiga e é mais fria
do que a vodka Maiakowski que consumia Leminski.

Por isso eu ergo uma taça e brindo
a todos os malditos poetas,
seres vis, errados
vicerados pelo avesso,
não servis,
citados,
anônimos e abominados
que rabiscam e recitam seus manuscritos
pelos botecos,
sebos,
saraus e feiras
livres prisioneiros da poesia.

Aos benditos que publicam e são lidos
e aos amaldiçoados ficam empoeirados,
empoleirados nas prateleiras,
criando teia,
esperando que um dia alguém os leia.

Aos que travestem a poesia com barro,
tinta,  efeitos virtuais,
acordes musicais
e passam pela vida despercebidos.

Um brinde aos que partem cedo
com medo de verem suas almas
sendo dissecadas por críticos estúpidos.

Poesia é de quem precisa dela, já dizia Neruda.
Se você não precisa,
não leia,
não ouça,
não toque!
Ela é como um feto:
precisa de calor e útero
e não de um fórcipe obstetra.

E mais um brinde
a todos aqueles que atuam à luz do dia,
nesse imenso palco,
de paletó, gravata, saia justa, salto alto,
e esperam impacientes a aposentadoria
para enfim, declarar seu amor pela poesia.

Aos entraram na fila errada
e estão neste mundo por engano
só para diversão dos deuses:
Não escrevem, não cantam,
não esculpem nem declamam.
Mas sentem, lêem, amam e acolhem
anonimamente a poesia em seus ventres.


Um brinde a todos os recipientes!

DEIXA, DEIXA, DEIXA? - poesia


DEIXA, DEIXA, DEIXA?



 Deixa eu ser teu peixe
linha
lanho
feixe
lenha
gueixa
deixa, deixa, deixa?

Deixa eu ser tua fest
food
folga
festa
fresta
freira
sub
missa
sub
alterna
eterna amante?

Deixa eu ser tua erva
agri
doce
água
benta
hóstia
santa
ceia
seios
meios
fins
afim, afim, afim?

Deixa eu ser pimenta
no teu reino
páprica
picante
sarça
ardente
assim
assada
ao ponto G?

Deixa eu ser teu caldo
calda
cara
mel
risada
molho
malho
alho
óleo quente,
pene al dente
deixa, deixa?

Deixa eu ser teu chilli
curry
curra
carapuça
noz moscada
emboscada
arapuca
pururuca
deixa, deixa, vai?

Deixa eu ser teu sal
teu sol
tua alca
parra
pária
ária
hino
ode
pode, pode, pode?

Deixa eu ser a ostra
alfa
vaca
better
raba
nete
anja
diaba
tudo
e nada
deixa, deixa, deixa...
Ah... Deixa, vai?