Participei do Show Reverbero, de Amanda Lyra, no Teatro Regina Vogue. Nesta cena, eu interpreto um poema muito dolorido, de minha autoria, postado mais abaixo.
A atriz que está contracenando comigo é Ana Luiza Krieger.
POEMA DOLORIDO
Não
há mais laços.
Só sobraram os nós.
Rotos, partidos.
Soçobramos nós.
Bagaços, feridos.
Só sobraram os nós.
Rotos, partidos.
Soçobramos nós.
Bagaços, feridos.
Quem
tira de mim essa ira que nem sei onde mora?
Tem hora sinto na boca, no oco do estômago,
no buraco do peito, no escuro do olho.
Não sei direito.
Se eu me der um soco, tu vais embora?
Tem hora sinto na boca, no oco do estômago,
no buraco do peito, no escuro do olho.
Não sei direito.
Se eu me der um soco, tu vais embora?
Preciso
te expurgar do meu corpo,
vivo ou morto!
vivo ou morto!
Como te tirar de mim,
se estou cheia de ti?
Se tuas farpas estão cravadas
se estou cheia de ti?
Se tuas farpas estão cravadas
em
todos os meus cantos,
em
meus contos, meus versos.
Se tem restos de tua saliva na cárie do meu dente
Estrepes de tua carne nas minhas unhas;
Se teu esperma ainda escorre nas minhas pernas.
Estrepes de tua carne nas minhas unhas;
Se teu esperma ainda escorre nas minhas pernas.
Me
diz como!
Como
te tirar da minha vida
se não tenho mais vida?
se não tenho mais vida?
Quando
se odeia o próprio amor,
não adianta matar para esquecer
não adianta matar para esquecer
é
preciso morrer
para
acabar com a dor!
(Marilda Confortin)