Mostrando postagens com marcador Poetrix Marilda Confortin. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Poetrix Marilda Confortin. Mostrar todas as postagens

Poetrix - Antologia 7 - Resistir


Acabei de receber os exemplares da sétima Antologia Poetrix. Essa foi concebida durante a pandemia e conflitos políticos. Um registro histórico escrito em três versos. 

Eu sempre doo meus exemplares à bibliotecas e amigos, Então, não vou fazer suspense. Publico abaixo os meus Poetrix que entraram nessa coletânea. A maioria deles foi inspirada em conversas com um amigo. Divido a autoria com ele. Valeu Abreu!

Praga

A gente mata, desmata,
Rouba, oprime, discrimina.
Contra nós não há vacina.


Desatino

Vírus livre. Homem preso.
A velha no catre cisma.
– Cataclisma?


Inevitável Confronto

O medo não protege.
Só protela o duelo.
Ele virá(lizará).


Ninguém disse pra Ela: Fica em casa!
Alheia à lei
Há uma aliá
Na aleia


Vírus (In)tolerante

A ninguém absolve.
Absorve-nos
Sem incriminar nem discriminar.


Confinados em casa(mento)

Beijo insosso.
Abraço frouxo.
Desgosto desgasta.


Prece sem pressa

Está chegando a hora...
Senhor, dai-me o céu!
Mas, não agora.


Não me Covid pra balada

Sou dengosa,
evito mosquitos
e más influenzas.


Impotência

Saber dos fatos, sem poder mudá-los.
Torcer para não acontecer.
Rezar mesmo sem crer.


Solitude

Converso com as paredes.
Nada concreto.
Divagamos do piso ao teto.


Oroboro

A pandemia atenua. Carnaval na rua.
Descalabro!
A cobra morde o rabo.



Confinados, minguamos

Do épico ao pífio.
Monossilábicos.
Quasímodos.

videotrix água benta


Revisitando o poema Água,  du Bocage

Alzheimer




Alzheimer I

Tropecei numa pedra no meio do caminho.
Tinha uma pedra...
Onde eu estava indo, mesmo?


Alzheimer II

Perdi o caminho da pedra
Gosto muito de rimas
Só não lembro para que servem



A gente vai envelhecendo e esquecendo as coisas importantes. Mas, gente velha, como eu, adora remexer nos baús do passado. Foi numa dessas incursões pelo mundo dos guardados que encontrei o certificado (moído) do primeiro prêmio literário que recebi. 



Não lembro o que escrevi. Lembro que era sobre Tiradentes e que o título do poema era "o executado".  Mas, lembro muito bem, que o prêmio foi um livro infantil. Foi o primeiro livro infantil que eu tive: A rainha da neve, de Hans Christian Andersen.

Jogos ardentes

 

IMG: Zeus e Hera - Annibal Caracci, sec XVI


Jogos ardentes


Teu fogo
Minha pira
Ai meu Zeus!

Eterno X Efêmero

Img: Renoir, "En la terraza" 1881, The Art Institute, Chicago


Renoir pintava flores para eternizar.
Planto-as para vê-las morrer.
A vida é efêmera...