In mezzo al mare
sobre o poema Na Morada
Na morada
Marilda…
Chego a essa tua morada,
pra perguntar com meu canto,
pela poesia , mais nada
e pra beber seu encanto.
Aonde achas teus versos?
como nasce a inspiração?
teus apetrechos, diversos,
inscritos no coração…
Não quero a escova de dente
só a amante das poesias…
esse astral de namorada,
e que digas, a mim somente,
em que fonte te sacias
pra cantar tão inspirada.
Manoel de Andrade 20.07.09
Dona Marilda,
Quanto mais te leio mais te glorifico.
Pouco te conheço e quase já te conheço.
Este poema…Ah este poema.
O que dizer que não está dito?
Por isto mesmo agora repito:
Marilda quase te conheço.
Por que demorei tantos anos assim?
Em quais mundos paralelos voavam minhas asas?
Para não ver tuas janelas cheias de frestas.
Grande poema, Marilda.
“Lá em casa tem creme pra cabelo seco,
molhado, pixaco, loiro, ruivo e preto.
Tem óleo, toalha e escova de dente
vá que alguém de repente resolva pernoitar.”
Que coisa linda, Marilda.
Grande Abraço, palavreira.
TM
OFERTÓRIO - AMOR
JB.VIDAL
estou a oferecer este amor
que nascido desta alma inquieta,
insiste em se revelar,
pra ninfas, putas e madonas
para o universo e o que mais houver,
que sem limites se dá, sem explicações deseja
.
um amor como nem todos,
vigoroso, egoísta e felino,
invejoso, exigente, obsceno,
delirante, inseguro e raivoso,
doce, amargo, cerebrino,
que fere, cura e se expande,
.
um amor que é causa em si mesmo,
completo por saber odiar,
estúpido, sábio e lascivo,
belo e ambicioso mais que tudo,
que arrasa, idiotiza, elucida e eleva,
porque é limpo, é sujo, é luz, é treva
.
um amor que dissensia
e busca a Pureza,
canta e sofre a beleza do cio,
que lamenta nascidos e mortos,
invoca e deseja os anjos da arte,
abomina e repudia o átomo como parte
Pare, eu confesso!
Pare, eu confesso!
Apesar de latir, não mordocomo o Cachorro-Louco.
Não me bote na coleira.
Sou uma inofensiva poetisa.
Por favor, não me transforme em pedreira.
Pare, eu confesso!
Apesar do carma dos olhos azuis,
não sou Helena Kolody,
aquela professorinha querida,
que tanto amou a poesia
que não conseguiu amar mais ninguém.
Pare, eu confesso!
Sou só uma indefesa mortal,
condenada a sofrer de prisão de versos,
urticária na alma e incontinência verbal.
Sou portadora desde nascença
de uma doença literária crônica,
um distúrbio compulsivo obsessivo poético
causado por uma discrepância lingüística
que inflama a verve, queima o peito,
estufa o ego, altera a hipérbole
e enche o sacro santo dos amigos.
E não sou a única, Meritíssimo.
Aqui mesmo, nesse extato momento
existem vários sujeitos ocultos que
se provocados,
cometerão eufemismos coletivos,
cuspirão metonímias
e se esvairão em hemorragias
de metáforas implícitas.
E ao contrário do que dizem os críticos, Meritíssimo,
a farmacologia ainda não inventou uma antítese eficaz,
capaz de combater essa catacrese catastrófica.
Todos dias, desde que existe o homem,
aparece uma criança, um adolescente normal,
um pai ou mãe de família tradicional,
que de repente se depara com uma noite enluarada
e começar a fazer frases rimadas com nua, sua, rua
e a sentir-se como se fosse
o primeiro homem a pisar na lua.
Não condene os artistas, senhor Juíz!
Imagine que triste
um mundo sem magia,
música, atores, pintores,
sem enfeites, sem deleite, sem poesia,
sem alegria…
Poesia pobre
Sumo, somes,
secas, seco,
escoas, escôo,
ecoas...
Escorres, escorro.
só corres, só corro.
Socorro!
Somos somente ecos
do que fomos.
Ah, essa maré de dó, marré de si!
pobre de ti, pobre mim
pobre dessa poesia pobre.
a arte do chá
ainda ontem
convidei um amigo
para ficar em silêncio
comigo
ele veio
meio a esmo
praticamente não disse nada
e ficou por isso mesmo
Leminski
Leminski
Poesia Era uma vez duas Rosas
Ontem, aconteceu em Curitiba o Seminário "Prevenindo a mortalidade materna" promovido pela União Brasileira de Mulheres. Intercalando as palestras, aconteceram exposições de arte, artesanato, shows e poesia.
Eu participei com uma exposição de textos decorados com imagens da artista Graciela Scandurra e recitei algumas poesias. Tema difícil...
Eu participei com uma exposição de textos decorados com imagens da artista Graciela Scandurra e recitei algumas poesias. Tema difícil...
Era uma vez, duas rosas
A Rosa mulher,
ainda uma menina.
Branca, pálida, franzina.
A outra rosa,
ainda um botão de flor.
Mas, seria vermelha sua cor.
Rosa menina queria um vestido dourado,
sonhava ser modelo, morar no Rio de Janeiro
dançar a valsa de 15 anos com o namorado
casar, ter filhos e ganhar muito dinheiro.
Rosa flor nasceu no jardim da casa da Rosa mulher.
Era apaixonada por um belo crisântemo amarelo
vivia cercada por cravos, lírios, bem-me-quer
e o sol, acordava-a todo dia com um beijo singelo.
Rosa menina engravidou antes de parir seus sonhos.
Viu interrompida sua fantasia de menina.
Sua vida transformada num pesadelo medonho
levou-a a procurar uma clínica clandestina.
Rosa flor espreguiçava-se distraída,
oferecendo-se inteira ao calor do verão
de repente sentiu uma fisgada dolorida
uma facada no caule... a queda... o chão.
Rosa mulher, acusada de um ato impuro
expulsa de casa, grávida, sem esperança
submeteu-se a um aborto inseguro
pôs fim à sua vida e a da criança.
Não é dourada a mortalha da menina
e sobre seu peito, jaz uma flor em botão
Meu Deus! O que vejo? Que triste sina!
Duas rosas tenras, mortas num caixão.
(marilda confortin)
A Rosa mulher,
ainda uma menina.
Branca, pálida, franzina.
A outra rosa,
ainda um botão de flor.
Mas, seria vermelha sua cor.
Rosa menina queria um vestido dourado,
sonhava ser modelo, morar no Rio de Janeiro
dançar a valsa de 15 anos com o namorado
casar, ter filhos e ganhar muito dinheiro.
Rosa flor nasceu no jardim da casa da Rosa mulher.
Era apaixonada por um belo crisântemo amarelo
vivia cercada por cravos, lírios, bem-me-quer
e o sol, acordava-a todo dia com um beijo singelo.
Rosa menina engravidou antes de parir seus sonhos.
Viu interrompida sua fantasia de menina.
Sua vida transformada num pesadelo medonho
levou-a a procurar uma clínica clandestina.
Rosa flor espreguiçava-se distraída,
oferecendo-se inteira ao calor do verão
de repente sentiu uma fisgada dolorida
uma facada no caule... a queda... o chão.
Rosa mulher, acusada de um ato impuro
expulsa de casa, grávida, sem esperança
submeteu-se a um aborto inseguro
pôs fim à sua vida e a da criança.
Não é dourada a mortalha da menina
e sobre seu peito, jaz uma flor em botão
Meu Deus! O que vejo? Que triste sina!
Duas rosas tenras, mortas num caixão.
(marilda confortin)
Visita de amigos poetas
Sábado, foi dia de (re)conhecer Curitiba e passar a tarde no Café Quintana
Sergio (Presidente Prudente), Edna (São Paulo), Thamar (Brasília), eu e Cleide (SP)
Hugo chegou meio atrasado, mas conseguiu tomar um café e matar a saudade, né Hugo?
À noite, foi para ler poesias no Jocker, comer farofa de pinhão, tomar vinho e até dançar. No próximo, prometo escolher um local mais adequado à poesia... desculpem. Ms tenho uma reclamação à fazer: cadê as fotos de toda a turma? Angela, Janice, Deny, Sergio, Cris, vocês tiraram um monte de fotos do grupo todo que estava no Jockes... me enviem por favor.
(...) Amigos são artigos de luxo
amigos são bruxos
da distância e do tempo
amigos são elementos
que contam na hora agá
amigos são maná
faróis no nevoeiro
são arco e aqueiro
na precisão do alvo
amigos estão a salvo
das tempestades da vida...
amigos são bruxos
da distância e do tempo
amigos são elementos
que contam na hora agá
amigos são maná
faróis no nevoeiro
são arco e aqueiro
na precisão do alvo
amigos estão a salvo
das tempestades da vida...
(Anair Weirich)
Edna, a eterna Musa paulista do grupo foi a responsável por nos reunir aqui em Curitiba, no meio do caminho. Quem veio conferir os correntistas em potecial, foi Cleto, o dono do Banco da Poesia (ver link ao lado)
O já consagrado poeta Manoel de Andrade, mostrou seu companheirismo a nós, poetas amadores, comparecendo ao encontro e nos brindando com belas declamações do seu último livro Poemas para a Liberdade.
“E agora, eis-me diante da poesia,
Assistindo desabar as velhas torres do encanto…
Perplexo, que posso ainda?
Sou apenas um olhar melancólico diante da esperança.”
Sérgio trouxe seus poemas rápidos e certeiros.
Assistindo desabar as velhas torres do encanto…
Perplexo, que posso ainda?
Sou apenas um olhar melancólico diante da esperança.”
Sérgio trouxe seus poemas rápidos e certeiros.
Quem vem pra Curitiba, não toma um submarino e não rouba o canequinho do Bar do Alemão, não veio pra Curitiba. Essa turma de poetas já tem uma coleção completa de canequinhos. Já são quase curitibanos
Fica aqui mais um registro de pessoas normais, que têm em comum o gosto pela poesia, o prazer da amizade e o eterno desafio de encurtar distâncias.
POETRIX
Paradoxo
Todos os dias o amanhecer intima a viver
A correria do dia a dia me enterra viva.
Todos os dias o amanhecer intima a viver
A correria do dia a dia me enterra viva.
- até ao anoitecer
Poesia Na morada
Na morada
Na minha casa não tem compartimento secreto
nem lugar proibido.
Minha casa é um livro aberto,
com meus amigos divido.
Na minha casa tudo combina com o clima e o astral.
O chinelo havaiana nunca reclama de morar debaixo da cama
com um velho sapato social.
As fotos dos filhos estão por toda parte
Exibo sim, são minhas obras de arte.
Uma erva daninha nasceu na floreira
cresceu trepadeira, não posso arrancar.
Um pé de gerânio abriu a cortina
e na surdina deixou o sol entrar.
Os livros povoam a sala, banheiro, armários,
gavetas e estantes.
São meus companheiros, eternos amantes.
Nunca vão me abandonar.
Lá em casa tem creme pra cabelo seco,
molhado, pixaco, loiro, ruivo e preto.
Tem óleo, toalha e escova de dente.
Vá que alguém de repente precise pernoitar.
Na parede tem um desenho de lápis de cor
sobre papel almaço.
Tem muito mais valor
do que a obra de Picasso.
Na cristaleira não tem cristal
Mas tem cachaça, tequila, mescal
Um vinho barato, licor de pequi
E uma última dose de bacardi.
Tenho tudo que preciso no meu Cinema Paradiso:
Poderoso Chefão, Telma e Louize,
Tomates verdes e fritos, Café Badgá
e assim, La nave vá.
Grafitrix Al dente
O endereço do banco é http://cdeassis.wordpress.com
Eu já abri uma conta e depositei meus trocadilhos. Em menos de 24 horas, rendeu a formatação do poetrix acima e a ilustração abaixo, que acompanha minha biografia. Valeu, grande CLETO!
Eu sou só uma mulher que sofre de poesia crônica
eu sou só uma mulher que sofre de poesia
eu sou só uma mulher que sofre
eu sou só uma mulher
eu sou só uma
eu sou só
eu sou
eu
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