Causus poéticos
História construída com sangue italiano, suor,
solidão e muitas cervejas.
Menina campeira correndo solta pelos alagados
e campos destas terras brasileiras.
Correndo atrás de boi, de vaca, de bicho, de cerca.
Correndo atrás da vida.
Amargavida.
Dura vida de moça dos interiores sulistas.
De repente a Capital. A cidade louca cheia de sons, desafios, perigos...
Que medo!
A moça para no sinal vermelho.
A cidade assusta, embaralha, desordena a visão.
Ela não sabe ainda que outra visão se anuncia.
A moça pressente as palavras.
Mas não são as palavras.
São as PALAVRAS.
Alguma coisa lhe diz, na metamorfose do tempo,
que outro tempo existe.
Tempo de absoluta poesia.
E a moça escuta a voz de poeta, que lá dentro já se fazia.
Uma voz que grita, berra, uiva, acaricia.
Voz antiga que a moça nem sabia.
E a cidade agora aparece inteira
com seus Largos e desordenados caminhos.
Sacra, profana, felizinfeliz, cinzenta e azul, verde e vício,
templo e perdição.
Abraços do arteiro - Menestrel Daniel Faria
Daniel Faria... como definir esse professor, poeta, músico, compositor, arteiro e amigo? Como resumir tudo o que já fizemos, vivemos, cantamos, poetizamos, trabalhamos, rimos, xingamos? Não dá, cumpadi Danié... num dá. Nossa história tá por aí, nas bibliotecas da cidade, nos bancos escolares, nos bares, nas lembrança das pessoas, em nós.
Valeu, mano véio!