Nosso Canto - Nova parceria com Eliane Bastos
Nesta entrevista, Eliane Bastos conta sua trajetória musical como intérprete e mostra pela primeira seu trabalho autoral. Estou muito orgulhosa porque uma das músicas tem parceria comigo.
Nosso canto
(Eliane Bastos e Marilda Confortin)
Eu quero um canto meu
um canto só onde só caiba eu.
Um canto puro,
ensolarado, seguro
pra guardar meus valores
ideais e amores
antes que eu os negue
que me invadam,
roubem-
me
ceguem-
me
calem
me
reste nada
Eu quero um canto em mim
em si
bemol
ou lá
em sol
um canto só
pra guardar o dó
de nós
dois
OUÇA A MÚSICA
OUÇA A MÚSICA
BARREADO CULTURAL DO FAROL DAS CIDADES
Isso nunca tinha acontecido comigo. Fui buscar uma receita de barreado na internet, e não há de ver que encontrei uma, onde eu sou um dos ingredientes...!
Gostei. Que (a)gente criativa essa da Biblioteca Farol das Cidades!
INGREDIENTES:
- 1kg de bom humor diário de Paulo Leminski .
- Um punhado (bem caprichado) de amigos do coração com Dalton Trevisan.
- Um punhado de pétalas de rosas brancas, amarelas e vermelhas para Helena Kolody.
- 1kg de perseverança de Emilio de Menezes.
- Uma colher de sopa de estrelas (colhidas na hora) por Marilda Confortin.
- 3 kg de paciência de Emiliano Perneta.
- Uma colher de sopa de brilho do sol colhidos por Alice Ruiz.
- Essência de Cristóvão Tezza.
- 1 pitada de Domingos Pellegrini.
MODO DE FAZER:
Coloque todos os ingredientes num recipiente de barro.
Misture tudo com muito carinho, bem devagar e deixe curtindo uma noite inteirinha.
Pegue a colher de madeira e retire um a um, saboreando cada palavra.
Degustando cada verso, saciando a alma de poesias.
Bom Apetite!
- 1kg de bom humor diário de Paulo Leminski .
- Um punhado (bem caprichado) de amigos do coração com Dalton Trevisan.
- Um punhado de pétalas de rosas brancas, amarelas e vermelhas para Helena Kolody.
- 1kg de perseverança de Emilio de Menezes.
- Uma colher de sopa de estrelas (colhidas na hora) por Marilda Confortin.
- 3 kg de paciência de Emiliano Perneta.
- Uma colher de sopa de brilho do sol colhidos por Alice Ruiz.
- Essência de Cristóvão Tezza.
- 1 pitada de Domingos Pellegrini.
MODO DE FAZER:
Coloque todos os ingredientes num recipiente de barro.
Misture tudo com muito carinho, bem devagar e deixe curtindo uma noite inteirinha.
Pegue a colher de madeira e retire um a um, saboreando cada palavra.
Degustando cada verso, saciando a alma de poesias.
Bom Apetite!
receita extraída do blog: http://faroldascidades.blogspot.com/2012/01/troca-de-experienciasbarreado-cultural.html
Muito obrigada, professoras!
Ebook Contrición
Ebook Contrición
Español
Livro de poesias no formato eletrônico, com 38 páginas, reunindo alguns dos meus poemas traduzidos para o espanhol.
Sei-os
... ainda no espírito da poesia erótica, Tonicato enviou-me alguns poemas para publicar no Blog. Escolhi este porque combina com a pintura de Maria Madalena, de Tiziano que acho muito bonita.
Madalena - Tiziano 1530-1535 |
SEI-OS
Tonicato Miranda
Existem seios iguais a
botões
novos brotos desabrochando
pequenas colinas em elevação
Existem seios que são
melões
pesados, inchados,
apetitosos
jamais se contêm nos soutiens
Existem seios quase
decoração
tamanho certo, forma
perfeita
a eles bastam simples combinação
Existem seios muito
murchos
cansados de bocas e
choros
inibem garruchas, esvaziam cartuchos
Existem seios que são
abacates
verdes e rígidos, muito
arrebitados
espetam o tesão de pobres mascates
Existem seios qual
doces cerejas
pequenos como pingos
de amor
cantado em bares e no calor das cervejas
Pro Par Oxítono
... claro que vou. E pra combinar com esse tema, deixo um poema ímpar, que escrevi para meu par. Independente das mudanças ortográficas e climáticas da vida, ele sempre terá seu acento gráfico cativo em meu coração.
Pro Par Oxítono
Pro Par Oxítono
Inóspito,
responde ríspido
à minha presença abrupta
sobre sua tela plana
e impávido desconecta
rápido como relâmpago.
Erótico,
passeia de helicóptero
entre minhas pernas trêmulas
derrete minha máscara
de lantejoulas pretas
e me ama incandescente
sobre o piso de mármore
de um hotel barato.
Artístico,
tatua em minhas costas
a capa do próximo livro,
capta meus sentimentos
com olhares fotográficos
e me deixa atônita
com seus rabiscos mágicos.
Cândido,
acolhe-me lírico
em seu crisálido peito,
sussurra blandícias,
bucólicos hinos,
e me nina angélico,
o diabólico menino.
responde ríspido
à minha presença abrupta
sobre sua tela plana
e impávido desconecta
rápido como relâmpago.
Erótico,
passeia de helicóptero
entre minhas pernas trêmulas
derrete minha máscara
de lantejoulas pretas
e me ama incandescente
sobre o piso de mármore
de um hotel barato.
Artístico,
tatua em minhas costas
a capa do próximo livro,
capta meus sentimentos
com olhares fotográficos
e me deixa atônita
com seus rabiscos mágicos.
Cândido,
acolhe-me lírico
em seu crisálido peito,
sussurra blandícias,
bucólicos hinos,
e me nina angélico,
o diabólico menino.
Poesia Sonidos
Sonidos de nascimento e morte
Entrei numa fase muito sensível.
Sinto muito.
Muito mais que expresso.
Parece sem sentido, mas,
inícios e fins têm o mesmo ruído.
Fecho os olhos.
Recém nasci.
Menina.
Minha mãe me nina.
Primeiros sons:
O coração dela batendo
no mesmo compasso da velha cadeira de balanço.
(uma perna mais gasta que a outra)
Tum-tuum, Tum-tuum, Tum-tuum...
(marilda confortin)
(marilda confortin)
Sacaneando e.e. cummings & e_tonicato
Tenho um problema pessoal com o cummings. Ele sempre me aparece na hora errada. Na primeira vez que cruzei com ele, eu era muito jovem e não estava preparada para lê-lo. Na segunda, eu estava apaixonada por um poeta que se apaixonou pelo cummings que roubou o interesse dele por mim. Na terceira eu não estava apaixonada por ninguém e essa maravilhosa poesia (abaixo) só me deixou mais triste. Ano passado, tropecei nele outra vez. É perseguição! Foi na Bienal de Salvador. Só por sacanagem resolvi presenteá-lo ao Tonicato, um amigo obcecado pela pontuação perfeita, pela frase hermética e pela escrita impecável. Pensei que fosse odiá-lo. Qual o quê! Desembestou a eecummingsar. Chega! Vão tomá no cummings :)
Vou sacanear com vocês dois.
O poema do e.e cummings
(Tradução de Augusto de Campos)
eu gosto do meu corpo quando está com o seu
corpo. É uma coisa tão nova e viva.
Melhores músculos, nervos mais.
eu gosto do seu corpo e do que ele faz,
eu gosto dos seus comos. de tatear as vért
ebras do seu corpo,a sua treme
-lisa-firmez e que eu quero
mais e mais e mais
beijar, gosto de beijar issoeaquilo de você,
gosto de,lentamente golpeando o, choque
do seu velo elétrico,e o que-quer-que freme
sobre a carne bipartida...E olhos migalhas
de amor grandes e acho que gosto de ver sob mim
você vibrar tão viva e nova assim
O poema do Tonicato em homenagem ao cummings
(trecho do poema de Tonicato Miranda)
pensando no seu corpo
com o olhar pousado em suas coxas brancas
talvez coaxasse por elas
e eles assim, tão desgarrados joelhos
confesso-me diante de suas pernas, sonho
...delirei com o vão do seus seios
tão abrigados em castos vestidos
será eles sabem do meu peito, desta ânsia
de apertos e contatos de músculos?
Meu (poema) sacaneando os dois
ando pens
ando no seu corpo.com
o olhar pousa
do em suas
co X as
brancas tal
vez
coaxo
por elas e eles
assim tão des
garrados
de joelhos confesso:
ante de suas
pernas-sonho
... delirei
como vão
seus seios tÃO?
a
brigados em
castos
vestidos será sabem?
do meu
peito minha
ânsia
a
pertos e con
tatos
de
mús
cu
luz
(marilda confortin)ando no seu corpo.com
o olhar pousa
do em suas
co X as
brancas tal
vez
coaxo
por elas e eles
assim tão des
garrados
de joelhos confesso:
ante de suas
pernas-sonho
... delirei
como vão
seus seios tÃO?
a
brigados em
castos
vestidos será sabem?
do meu
peito minha
ânsia
a
pertos e con
tatos
de
mús
cu
luz
Flagrante
(Da série: “histórias secretas de amigos e inimigos” – por Marilda Confortin, com a co-autoria e cumplicidade do personagem principal)
Flagrante
Julia trabalhava comigo no sétimo andar de um edifício comercial no centro de Curitiba. Estávamos no horário de almoço. Ela fazia uma ikebana de rosas vermelhas e assistia o movimento da cidade pela janela.
De repente ouviu uma gritaria lá em baixo. Viu um homem correndo e uma mulher gritando desesperada: “Pega ladrão! Pega Ladrão!”
As pessoas pararam na calçada como se estivessem filmando uma cena congelada para um filme do Fellini.
Um carro invadiu a calçada e freou bem na frente do ladrãozinho. Julia nunca diferenciou marcas nem modelos de carros. Só diferenciava Fusca e Kombi. Disse-me que não era nenhum desses. Do tal veículo ela viu saltar um belo homem de uns trinta anos. Ou seria quarenta? Julia não diferenciava idades também, mas naquelas alturas do edifício e da idade ficou feliz por ainda diferenciar um homem de uma mulher.
Com destreza de quem faz isso todos os dias, o homem derrubou e imobilizou o meliante. Deu uns tapas no traseiro do cara, tirou o cinto (dele, meliante) amarrou as mãos (dele, meliante) e prendeu-o vergonhosamente numa lixeira da prefeitura.
Devolveu a bolsa da mulher, beijou sua mão e fez uma reverência típica dos toureiros para receber os aplausos dos transeuntes. ´
Tudo aconteceu muito rapidamente. Eu nem vi. Só vi quando Julia retirou uma rosa vermelha da ikebana, beijou-a, gritou “Olé!” e jogou-a para o herói anônimo.
Ele fez um sinal para que ela esperasse. Julia obedeceu. Ele subiu. E como subiu! E Julia subiu pelas paredes. Eu me tranquei no banheiro e fiquei espiando. Afe Maria!
Sou madrinha de casamento deles. Vocês devem conhecê-los. Eles costumam “curtir” as histórias publicadas aqui...
(marilda confortin)
De repente ouviu uma gritaria lá em baixo. Viu um homem correndo e uma mulher gritando desesperada: “Pega ladrão! Pega Ladrão!”
As pessoas pararam na calçada como se estivessem filmando uma cena congelada para um filme do Fellini.
Um carro invadiu a calçada e freou bem na frente do ladrãozinho. Julia nunca diferenciou marcas nem modelos de carros. Só diferenciava Fusca e Kombi. Disse-me que não era nenhum desses. Do tal veículo ela viu saltar um belo homem de uns trinta anos. Ou seria quarenta? Julia não diferenciava idades também, mas naquelas alturas do edifício e da idade ficou feliz por ainda diferenciar um homem de uma mulher.
Com destreza de quem faz isso todos os dias, o homem derrubou e imobilizou o meliante. Deu uns tapas no traseiro do cara, tirou o cinto (dele, meliante) amarrou as mãos (dele, meliante) e prendeu-o vergonhosamente numa lixeira da prefeitura.
Devolveu a bolsa da mulher, beijou sua mão e fez uma reverência típica dos toureiros para receber os aplausos dos transeuntes. ´
Tudo aconteceu muito rapidamente. Eu nem vi. Só vi quando Julia retirou uma rosa vermelha da ikebana, beijou-a, gritou “Olé!” e jogou-a para o herói anônimo.
Ele fez um sinal para que ela esperasse. Julia obedeceu. Ele subiu. E como subiu! E Julia subiu pelas paredes. Eu me tranquei no banheiro e fiquei espiando. Afe Maria!
Sou madrinha de casamento deles. Vocês devem conhecê-los. Eles costumam “curtir” as histórias publicadas aqui...
(marilda confortin)
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