Poetrix, Inevitável solidão


Inevitável solidão


O sentir é solitário.
Ninguém sente o sentimento do outro.
Só somos solidários.

Poesia, Simplicidade

Img: @eileengidman.com

Simplicidade



Ontem almocei normal:
Arroz, feijão, sangue de jornal.

Hoje, não.

Consumi pastelão,
sessão da tarde,
lambida de cão.

De sobremesa,
beijo de neto,
suspiro de filha,
visita surpresa.

Hoje, não vi jornal.
O dia fica melhor só com poesia
secando no varal.

Poesia Dia da mulher

 8 de março


Boa ou má,
bela ou fera,
fértil ou estéril,
jovem ou anciã:
mulher,
é
mulher
todos os dias
e não fêmea efêmera
de um (c)oito de março qualquer.

(marilda confortin)

Música "Ultimato" - letra de marilda confortin

 


Extraído do DVD Mulheres Cantam Mulheres, de 2010.

Música de Marilda Confortin, Ana Sônia Barros e Rosana Barroso.
músicos: Jackson Franklin (violão e guitarra). Wagner Bennert (baixo) , Emílio Piva (teclado) e Ana Sonia Barros (Flauta transversal)
voz : Rosana Barroso e Ana Sonia Barros

Música Sem sono


Tem música nova no pedaço. É uma parceria minha com a Ana Sonia Barros, compositora e intérprete. Está gravada no CD "REVOADA", já a venda nas lojas de disco. Confiram o vídeo:




Poesia il dolce far niente

Atendendo a pedidos de colegas que estão para se aposentar e gostaram das minhas quadrinhas definindo o que é o Il dolce far niente, que li no dia da premiação do II Concurso de Poesias RH Criativo, posto aqui na íntegra. 

A imagem, é um quadrinho que minha filha pintou e pendurou na minha varanda. 

Pratiquem, amigos!


IL DOLCE FAR NIENTE
(Marilda Confortin)

O “dolce far niente” é uma arte. Exige disciplina, concentração. Há coisinhas a fazer por toda a parte. É difícil resistir a tentação.

Imagine perder o momento exato do beija-flor pousando no hibisco, só porque você foi lavar um prato ou varrer meia dúzia de ciscos.

Cultivar a prória cebola, salsa, alho, flores, verduras, manjericão...pensa que não dá trabalho? Olhe os calos nas minhas mãos!

Pastorear nuvens que pastam sobre o mar não é pra qualquer Pessoa. Elas dispersam, num piscar. Basta um ventinho à toa.

Não é fácil liberar o pensamento para que voe livre como gaivota. Nem resgatá-lo do mar turbulento quando ele foje explorando nova rota.

Diminuir o peso dos fardos, aumentar a leveza da mente
Adoçar os momentos amargos, é a dieta do dolce far niente.

Encontrar significado nas insignificancias, como Manuel de Barros sempre fez. Resgatar a curiosidade da infância e o olhar de supresa da primeira vez.

Contar as estrelas noite afora, ouvir o que o silêncio tem a dizer, descobrir com quem a lua namora e onde se esconde ao amanhecer.

Ver a aurora deslizando pelo muro, invadindo a casa, sorrateiramente, varrendo todos os cantos escuros, como uma faxineira competente.

Fazer um jantar elaborado num dia qualquer, à esmo. Não para agradar o namorado, mas para agradar a si mesmo.

Ler todo o dicionário impresso só para encontrar uma boa rima e depois, incubar o verso pra ver se nasce uma obra prima.

Ler um autor desconhecido, ver um filme sem indicações, conversar com  um velho amigo sem segundas intenções.

O ponto do dulce far niente é muito difícil de acertar. Depende de cada ingrediente que durante a vida você cultivar.

Saber apreciar esse nepente não é privilégio da aposentadoria. Não se aprende assim, de repente. Há que se praticar um pouco a cada dia.