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Livro de poesias Busca

Ao ler meu livro de poesias "Busca e apreensão", o poeta Vilmar Daufemback, escreveu esse poema:


Reabro aqui minha adega
Na távola, Busca e Apreensão,
Com um tinto que me rega
E me entrega à prisão.


Prisão dos versos que leio
Onde eterno eu me condeno
A devorá-los sem freio
E deles me apequeno.


Da tua cepa sou mosto
Vinagre de acriazedume,
Sou casta de cheiro betume
Colhida em fim de agosto.


Levanto a ti minha taça
Santè! - desejo pra ti
Da minha adega que escassa
Versos como esses que li.

Vilmar Daufemback





Emocionada aqui, Vilmar. Muito obrigada

O país das mulheres, Gioconda Belli



Gioconda Belli, escritora nicaraguense que tive o prazer de conhecer pessoalmente no Festival de Poesias de Granada, fundou o  PIE - Partido de la Izquierda Erótica. Eu me filiei. 😍


Tem até Manifesto. Clique para no link para ler  Manifesto PIE

Mulheres do mundo inteiro apoiaram. 
Gioconda foi mais adiante. Criou o País das Mulheres. 
Estou me mudando pra lá. Leiam o livro. É sensacional! 

 


Anfíbias

a contracorriente entre el agua y la tierra
mucho tiempo ya nos ocultamos
en las grutas quietas
de la domesticidad y el silencio
Pero aún con el agua al cuello
no nos ahogamos.
Ahora venimos a la vida con el desafío
y la desobediencia en la boca
Rechazamos los mandamientos
con que en nombre del amor y el parto nos sometieron.
Ahora nos alzamos con caballitos de mar en las manos
Cantando y vociferando
Deshaciendo gozosas
el muro que alzaron para separarnos.
Cantemos hermanas
No paremos de cantar
Las sirenas han recuperado las piernas.
Andaremos, andaremos, andaremos
Lavaremos el mundo
con nuestra agua viva
para sanarlo
para que sobrevivamos.

(Gioconda Belli)


Sei-os

... ainda no espírito da poesia erótica, Tonicato enviou-me alguns poemas para publicar no Blog. Escolhi este porque combina com a pintura de  Maria Madalena, de Tiziano que acho muito bonita.
Madalena - Tiziano 1530-1535


SEI-OS

Tonicato Miranda

Existem seios iguais a botões
novos brotos desabrochando
pequenas colinas em elevação
Existem seios que são melões
pesados, inchados, apetitosos
jamais se contêm nos soutiens
Existem seios quase decoração
tamanho certo, forma perfeita
a eles bastam simples combinação
Existem seios muito murchos
cansados de bocas e choros
inibem garruchas, esvaziam cartuchos
Existem seios que são abacates
verdes e rígidos, muito arrebitados
espetam o tesão de pobres mascates
Existem seios qual doces cerejas
pequenos como pingos de amor
cantado em bares e no calor das cervejas


Passos no final da tarde - de Tonicato Miranda

de Tonicato Miranda 
às mulheres que amo e sempre amarei

Quando vou andando
no final da tarde
caminho sempre solto
totalmente envolto
pelo calor se esvaindo
de um Sol que já não arde
Quando vou andando
no final da tarde
vou sempre pensando
nela e nos pássaros
a seguir meus passos
indo por pedras sem alarde
Quando vou andando
no final da tarde
de um dia bonito assim
que não queria ver o fim
penso como a vida é breve
e quão bela esta parte
Quando vou andando
no final da tarde
sinto no peito uma alegria
sou esta luz a gritar o dia
retardando para não deixar
a noite vir e roubar esta arte
Quando vou andando
no final da tarde
o coração parece todo pulsa
esta bela emoção avulsa
tenho saudade de ainda há pouco
sou um marciano sem Marte
Quando vou andando
no final da tarde
vou com meu músico mais dileto
tocando a música muito perto
meus ouvidos ouvem mais
músicas vindas desta tarde
Quando vou andando
no final desta tarde
vou amando como jamais amei
este amor de plebeu ou de rei
parece vai explodir-me no peito
de tanto que padece em amar-te
Quando vou andando
no final da tarde...
Curitiba, 29/11/2011
Tonicato Miranda

MAR(ILDA) - por Sérgio Edvaldo

Amigos são tudo de bom. Sérgio Edvaldo é um poeta de Presidente Prudente.  Costumamos nos encontrar nos saraus da vida. Me presenteou com esse poema. Obrigada, querido.
---------
Uma pausa na resenha sobre a teoria de Piaget.
(é por isso que saiu assim... rs... beijos)

MAR(ILDA)


sentada na areia
em tardes de Itapuã,
a menina contemplava
o mar.

cheia de si naus
vazia de solidão urbana,
com...tem...pla...va
o mar e suas ondas
sem garrafas-correio...

sentada na areia
em tardes de Itapuã,
a menina passsssss...mou-se
em ver como era pequeno o mar
(na medida de um abraço)...

e cheia de si naus
no peito um batel, leme lento,
a menina se lembrou que Moisés
abrira o mar vermelho,
e riu eternamente...

o mar menstruava
azul em seus olhos.

(Sérgio Edvaldo - 6/11/2011)
Sérgio em Armação - SC - no Sarau do Lancelot
 

Boia Fria


Poema de Hercio Afonso de Almeida

(Foto: Daniella Rosário)
São dobras por onde ando,
em passos, relento.

Vejo gente, vejo sobras,
cumprem penas, passo lento.

É um sorriso falho,
morto, sem dentes.
É um olhar pedinte,
uma vontade em súplica.

É a mão calejada,
enxada perdida,
uma cana queimada,
um corte, tanta gente.

E rola o filme
e passa a vida.
Arde o fogo
na queima da cana.

É o sangue que rola,
a mão que despede,
a boia que esfria,
o filho que desperta.

E vejo tudo, contemplo.

E passa gente
e passa cão.

Ninguém vê!
É tudo sempre igual.

(do livro: Minha primeira vez - Brincando no horizonte da palavra)

Manipulação - Sérgio Edvaldo





o amor tem olhos
sabedoria farmacêutica:
não entende patavina
do que está escrito
nas linhas da vida,
mas acerta na dosagem...
e a droga amor sempre cura!


(Sérgio Edvaldo Alves)

Tristeza na bandeja
- de Tonicato Miranda


 Minhas lágrimas para você são assim:
duas gotas doces, três gotas rosa-alface
lenço perfumado, cinco sorrisos distraídos
não há tristeza no meu olhar, nem face
Na prateleira da geladeira tem uma goiaba
guaraná e queijo, o vento gelado de ontem
muitos vazios e a lembrança doce da amada
o seu pudim pedindo a boca: vem aqui, vem
Minha tristeza pensando nela é jazz puro
dedos de pianista martelando com vigor
música sem ter tempo para apagar o dia
ou avançar noites, pois é tarde, é amor
Apenas quando a canção acalma e deita
dispondo-se sobre a mesa, como bandeja
lá onde muitas são frutas e notas musicais
uma última lágrima cai, minha voz gagueja
Vou sair desta sala devagar como quem
nela não entrou, nada provou, ou deixou
vou partir com o sax e o piano – piano, piano
deixando só quem nunca me amou, ou, ou,ou...
Curitiba, 4/9/2011.
TM

Poetrix na Feira de Livros


Feira de livros em Santa Cruz
 

Manhã setembrina.
Abelhas volteando sobre meu livros.
Será que sai mel?
 (Anair Weirich)

 =0=

Na Feira de Santa Cruz

Enxame de leitores.
Poesia poliniza.
Poesia polemiza.

 (Marilda Confortin)

=0=

Abelha no livro
O zangão anda zangado
Colméia sem bóia.

Abelhas nos livros
Faltam flores na floresta
Consciência morta.
  (Vilmar Daufenbach) 


 =0=
Essas foram algumas das brincadeiras escritas nesse final de semana com poetas chapecoeneses. Anair, prima, na feira do Livro em Santa Cruz, teve seus livros atacados por abelhas (seus livros são perfumados) enquanto travava uma conversa sobre o Poetrix com um escritor local. E Vilmar, diz que não sabe escrever poetrix nem haicai por isso criou um novo tipo de terceto terá como regra falar de concreto, asfalto, plástico ou algo que impacte no meio ambiente.  Kigo urbano, Vilmar?  😅

Na terra de Condá
os postes nascem de sementes.
Árvore cá não dá.
(Vilmar Daufenbach)

=0=

Vil Mar

Zangão não faz mais mel.
Só poesia concreta,
ferroada e fel.
(Marilda Confortin) 

SEQUENCIAL PARA UMA CONTEMPLAÇÃO ABSTRATA

Altair de Oliveira

Pressinto a festa que infesta os olhos
que bebem saias que sugerem vôos
de flores tintas que animam cores
de aves raras com motivos vivos
que giram loucos nesta dança rouca
e tomam a tarde feito revoada
inesperada de alegrados risos
de nove noivas soltas na calçada.

Poema de Altair de Oliveira – publicado no livo "O Embebedário Diverso."

Por uma Hogwart em cada bairro - Goulart Gomes

por Goulart Gomes*

 Que podemos esperar de uma criança que teve os seus pais assassinados por um bandido, que carregará pelo resto da vida as cicatrizes – no corpo e na alma – desse crime e que, além disso, é humilhada pelos parentes mais próximos e obrigada a dormir em um cubículo sob a escada da casa, que leva ao andar superior? Muito. Se ela tiver acesso uma boa Escola. Se você lembrou do bruxinho Harry Potter, acertou.

A Escola de Hogwart transformou a vida do garoto, que poderia estar condenado a ser um fracassado. Lá, ele esteve em contato com o Conhecimento, que leva ao Saber, estudando disciplinas que foram decisivas em sua epopeia, preparando-o para ser um grande bruxo (ou um grande profissional, se preferir). Mas não apenas isto. Na Escola de Hogwart ele teve a oportunidade de conhecer grandes mestres, que também lhe deram lições de coragem, honestidade, sinceridade, altruísmo e confiança.

Foi na Escola que ele fortaleceu amizades que durarão para sempre, pessoas que sempre estão ao seu lado nos momentos mais felizes, e nos mais difíceis, também. Afinal de contas, amigo é para sorrir e para chorar, juntos. Na Escola ele teve que se defrontar com inimigos, e realizar mais um aprendizado:  ser digno e leal, mesmo quando os adversários não comungavam com estes valores.

A Escola transformou a vida de Harry, positivamente. É por isso que precisamos ter uma Hogwart em cada bairro, de cada cidade do país. Boas escolas, com professores preparados, valorizados e dedicados a contribuir para transformar cada aluno em um heroi da sua própria história: cidadãos respeitáveis, que se não salvarão o mundo, como Harry, poderão transformá-lo significativamente, vencendo as vilãs que jamais deveríamos dizer o nome: a Ignorância, a Miséria e a Desigualdade.

Além do mérito de ter conseguido fazer com que milhões de jovens despertassem o prazer pela leitura, Joanne Kathleen Rowling, a autora da série, nos deixou um grande legado ao demonstrar como a Escola é um maravilhoso espaço de transformação social e de formação de cidadãos livres, construtores do seu próprio Destino.

* Goulart Gomes é escritor, professor voluntário e teve bons mestres. (Texto disponível em www.goulartgomes.com)


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GOULART GOMES, o criador do Poetrix
2011: 27 ANOS DE LITERATURA 

Retrato na parede - de Tonicato Miranda


de Toncao Miranda, para Tonicato Miranda
poderia ir à selva; à relva; à trégua; a léguas de vidas
mar adentro, céu afora, aos píncaros, ao subterrâneo
fugindo poderia lampiar o caminho com despedidas
mas pra quê se a saudade dói, se há um tango sincero
pendurado no ouvido, deixando-me louco, instantâneo
vou ficando por aqui, reforçando o solitário e triste elo
lambendo qual cachorro guapeca as próprias feridas
vou ficando por aqui, a cara mais face do que crânio
no retrato da parede, sou narciso re-inventando o belo

Anair Weirich - poeta chapecoense

Anair é uma batalhadora. Vive da venda de seus livros e de ministrar palestras e oficinas principalmente em escolas e feiras de livros. Sempre tendo a poesia como foco principal. 
Está virando especialista na área motivacional e infanto-juvenil. Admiro-a. Foi ela quem me deu um ponta-pé na bunda pra eu começar a mostrar as coisas que escrevo. Foi ela quem inscreveu um poema meu num concurso nacional, onde tive a surpresa de ser classificada. Não sei se isso foi bom ou ruim, mas ela foi responsável por arrancar  meus textos dos discos rígidos dos computadores e espalhar minha senha poética por aí. 

E aqui está ela, declamando um dos seus poemas infanto-juvenís numa escola.

Tudo encurta

Por Vilmar Daufembach

Esse inverno tudo encolhe:
O pensamento não vem,
As palavras se detêm,
E toda a nudez se tolhe.


Encurta o riso, o humor,
E tão pouco amor se faz,
Quase nada nos apraz,
Todo osso sente dor.

Corpos deitam separados,
Pés gelados, bundas frias,
Mãos passeiam arredias,
Não reagem, os agrados.

Os banhos são torturantes,
Que se danem os asseios!
Pois que lacram todos os seios
Em seus bojos redomantes.

Deitam as matas ciliares
Sobre a fonte da entranha,
Ao mergulho, não se assanha:
Barram as redes circulares.

Cá no sul da nossa esfera
Cede o verde ao branco giz,
Tanto frio torna petiz
O que já pequeno era.

Casacões, mantas de lãs,
Ceroula, boné, pijama...
Como é bom ficar na cama
Nessas gélidas manhãs.

Esse frio que aqui impera
Desgrenha, enruga, arrepia,
Hibernar, melhor seria,
Só voltar na primavera.


Presente de Ana Lúcia Gouvêa da Silva

Recebi o poema abaixo de uma leitora, poeta, chamada Ana Lucia. Ela usou somente os títulos dos meus poemas publicados no livro Busca e apreensão para fazer essa bela construção poética. Muito interessante e criativa. Resumiu meu livro e meus sentimento. Fiquei bem quietinha, só curtindo. Ana estranhou meu silêncio, perguntou se eu não tinha recebido, ou se não tinha gostado. Bom, eu não sei o que fazer nessas horas... me calo. Depois que passa, só posso dizer que é muito bom ser homenageada (ou HomenaGeada, como disse o Retta).
Receber esse retorno de leitores, anônimos e amigos é meio assim como ser algemada na cama e receber prazer, imóvel, gratuito... rs. Me permito o orgasmo silencioso e guardo todos esses carinhos recebidos no melhor lugar do meu coração. Pra poder me aquecer nos períodos de estio, guardo também aqui, no blog, no menu das coisas de amigos. Revisito sempre que preciso me fortalecer ou quando me bate a saudade.

Busca e apreensão

por Ana Lúcia Gouvêa da Silva 

             
Procura-me
garoto tolo.
Quando eu te encontrar novamente,
na morada, sem medidas.
Ouriço, coisa besta.


Inconveniente,
quase amor a flor da pele...
Amor e ódio,
dolorosa lembrança!

Poesia abortada, olhar suicida
poço...
Validade vencida.
Fingida.

Ato de punição,
vinho velho,
pesadelo,
descrença.
Ato de contrição.

Hoje, amanhã
Segredo.
Com fusão...
Vítima, dia após dia...

A lua e eu,
submissão criminosa.
Sinais da noite,
conversas com um velho rio...

Estradinha de terra,
óleo sobre a tela...
Temporal.
O acaso não existe por acaso

Um brinde aos poetas!




MUITO OBRIGADA ANA.
BLOG DA ANA LUCIA: www.poemasanalu.blogspot.com 

Nada há além da arte e do belo – ampliando conceitos

A arte “underground”, desde Andy Warhol, artista de expressão mediana, mas superestimado por alguns grupos culturais, que produziu alguns ícones tidos pela mídia como de forte impacto social. A arte indígena, massacrada em sua inocência pela estética do mercado de consumo ocidentalista. O próprio artesanato utilitarista ou não. Todos foram sendo dizimados pelos ditames das culturas dos vencedores. No entanto, resgates foram realizados por antropólogos, por indigenistas, por museólogos; resultando, então, na montagem de acervos especiais, quando não em sala ou edificação exclusivas para este tipo de arte de um povo ou de parte dele.

FRASES DO FRAGA

adoro esse cara. só entro no twitter para ler os flagras do Fraga


- Ir da casa pro trabalho, do trabalho pra casa, não é um projeto de vida. É só trajeto.

- Nada de se queixar de frio no trabalho. Lá fora faz a mesma temperatura para os desempregados.

- Língua presa se resolve ao soltar o verbo; rabo preso se resolve ao negar alvará de soltura.

- Pra multiplicar o patrimônio, vale tudo; pra dividir, basta o matrimônio.

- Pediu, levou: opinião não se devolve.