Elisa Lucinda
[...] Sempre quis um amor que coubesse no que me disse. Sempre quis uma meninice entre menino e senhor, uma cachorrice onde tanto pudesse a sem-vergonhice do macho quanto a sabedoria do sabedor.
Sempre quis um amor cujo BOM DIA morasse na eternidade de encadear os tempos: passado presente futuro, coisa da mesma embocadura, sabor da mesma golada. Sempre quis um amor de goleadas, cuja rede, complexado pano de fundo dos seres, não assustasse.
Sempre quis um amor que não se incomodasse quando a poesia, da cama me levasse. Sempre quis uma amor que não se chateasse diante das diferenças.
Agora, diante da encomenda, metade de mim rasga afoita o embrulho e a outra metade é o futuro de saber, o segredo que enrola o laço, é observar o desenho do invólucro e compará-lo com a calma da alma, seu conteúdo. Contudo, sempre quis um amor que me coubesse no futuro e me alternasse em menina e adulto, que ora eu fosse o fácil, o sério e ora um doce mistério, que ora eu fosse medo-asneira e ora eu fosse brincadeira ultra-sonografia do furor [...]. Trecho do poema DA CHEGADA DO AMOR - de Elisa Lucinda
Á veces creo que te amo
Á veces creo que te amo, pero luego se me pasa
Es cuando lluevo
Tromolo
Humedezco
Emulo tierra en el celo
Lloro
Pero, quando escampa
Te evaporo
Es cuando despierto
Rebooto
Reinstalo saberes
Sabores
Deleito recuerdos
Reluto deletarte
Y salvo-temporariamen-te
Es cuando me río
Diluyo
Fluyo
Desaguo en tus braços
Afluente
Y me olvido que soy
Solamente riacho.
Es cuando sueño
Me extasio
Fijo la mirada en el vacio
De la saudade
Pero hay siempre
Un maldito mosquito
Que vuela de repente
Trayéndome de vuelta
A la realidad.
Pero, quando escampa
Te evaporo
Es cuando despierto
Rebooto
Reinstalo saberes
Sabores
Deleito recuerdos
Reluto deletarte
Y salvo-temporariamen-te
Es cuando me río
Diluyo
Fluyo
Desaguo en tus braços
Afluente
Y me olvido que soy
Solamente riacho.
Es cuando sueño
Me extasio
Fijo la mirada en el vacio
De la saudade
Pero hay siempre
Un maldito mosquito
Que vuela de repente
Trayéndome de vuelta
A la realidad.
(marilda confortin)
Programa eleitoral gratuito
Odeio quando resolvem
testar meus limites
encostando um revólver
nas minhas costas.
Não gosto de desafios
de roleta russa.
Não viro a casaca
Nem visto carapuça.
Prefiro o alvo concreto
de um torneio de tiro
às metáforas estúpidas
dessa política corrupta.
Não meço ninguém
só pelo que fala
nem pelo que cala
mas pelo que sente.
Sinto muito,
não sei ser diferente.
Meu instinto não falha.
Canalhas também têm
cabelos brancos
e olhos azuis.
Um isto
corpus christie
Na vernissage do Alexandre Linhares, não teve como não se impressionar com o imenso crucifixo coberto de hóstias formando a imagem de Cristo. Aqui, uma foto dessa obra e um poema meu. Até parece que foram feitos um para o outro... rs
corpus christie
Teu corpo, não dispo:
visto.
Tua cruz, não ergo:
vergo.
Teu pecado, não absolvo:
absorvo.
Tuas chagas, não vi:
cri.
Teu cio, não sacio:
cedo-me.
E por te amar,
não te toco,
abstenho-me.
Não te traio,
abstraio-te.
Cubro teu falo
e me calo
cúmplice.
Partidos
Para Elza e outros amigos candidatos espalhados pelos vários partidos políticos
Era um elo,
quebrou-se.
Ele foi-se
eu martelo.
Éramos só dois
unidos.
Hoje somos tantos
partidos.
Mil vezes maldita
Parem!
Eu, pecadora, confesso: Sou reincidente no amor.
Mas não mereço a pena.
Careço é de pena, Meritíssimo!
Cristo disse: Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.
Ingenuamente, acreditei.
Eu, pecadora, confesso: Sou reincidente no amor.
Mas não mereço a pena.
Careço é de pena, Meritíssimo!
Cristo disse: Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.
Ingenuamente, acreditei.
O Alexandre disse que este meu poeminha aí, inspirou-o nessa série que mostra "A arte maldita, a sociedade maldita, a hipocrisia maldita, o desespero maldito e a crença na fé e no amor".
Sinto-me honrada e morta de curiosidade para ver o resultado.
Estarei lá, sim, Alexandre. E claro, vou recitar todos aqueles malditos poemas que você gosta.
com
Encontrei a palavra com na lata do lixo.
Suja, rasgada, desbotada.
Perdida da frase, perdeu o sentido.
Com pena, embrulhei-a com um poema.
Mas, prolixa que sou,
asfixiei-a.
Perdida da frase, perdeu o sentido.
Com pena, embrulhei-a com um poema.
Mas, prolixa que sou,
asfixiei-a.
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