Homen na geada ou Homenageada?

Rettamozzo e Marilda Confortin no Wonka

Mas não é que o Retta resolveu me homenagear e andou musicando uns versos meus?  Eu credito e endosso tudo que o Retta faz seja em tela, verso, prosa ou música.
Ele chamou esse acontecimento de HOMEM NA GEADA - é muito criativo esse artista. Demorou pra cair minha ficha.
Então, sem combinação nem anágua, vamos lá no Wonka amanhã pra vê no que vai dá. Diversão garantida.

Coisas do Retta.

Só acontece nas Segundas Autoriais do Bardo Tatára

    
Isso aconteceu na Segunda Autoral do Bardo Tatára. Gravei um trechinho só, com meu celular, perdoe a qualidade ruim, mas procurei alguma gravação do Jambo na Internet e não encontrei nada. É imperdoável pois ele é muito bom. Fazia mais de um ano que eu não o via/ouvia., ele foi embora de Curitiba... Estávamos com saudade, amigo.

O Jambo tem um estilo de tocar violão clássico misturando com  flamenco e MPB, além de compor e cantar maravilhosamente bem. É o tipo de músico que explora todos os recursos do violão e da vóz, até mesmo onde as cordas não alcançam. Se alguém tiver um clipe melhor dele, por favor me envie, pois esse não está à altura desse "monstro".

Outra novidade dessa segunda autoral, foi a presença do artista Carlos Trincheiras, devidamente caracterizado, pintando ao vivo as músicas que estavam sendo interpretadas no palco.  Carlos é português, morou um tempo em Curitiba, depois correu o mundo fazendo exposições de suas obras. A semelhança do nome não é mera coincidência. Ele é filho de Carlos Trincheiras, o mais famoso coreógrafo do Balet Guaíra. No foto abaixo, ele aparece pintando um exército de samurais enquanto o Jambo tocava e o Rafa Gomes cantava "Quase", a música que tem parceria comigo. No final da noite, suas telas foram leiloadas. Eu comprei essa belezura para presentear ao meu filho Ébano. 
Carlos Trincheiras - pintura de música, ao vivo
 Também filmei com meu celularzinho pra guardar de lembraça a cena inusitada da minha roqueira preferida, a Francine, de pé quebrado,  cheia de ferragens e muletas, cantando com o Tatára.
 

FRASES DO FRAGA

adoro esse cara. só entro no twitter para ler os flagras do Fraga


- Ir da casa pro trabalho, do trabalho pra casa, não é um projeto de vida. É só trajeto.

- Nada de se queixar de frio no trabalho. Lá fora faz a mesma temperatura para os desempregados.

- Língua presa se resolve ao soltar o verbo; rabo preso se resolve ao negar alvará de soltura.

- Pra multiplicar o patrimônio, vale tudo; pra dividir, basta o matrimônio.

- Pediu, levou: opinião não se devolve.

piegas como le gusta

por Raul Pough

deixou-se envolver
pela prenda mais faceira

agora é tarde...

não adianta querer
tapar o sul com a peneira



Quase

Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém (...)

Mário de Sá Carneiro

Poetrix





Natureza morta

No tronco decepado
arara ferida
choca o machado

Domingo de Ramos

Folhas (vidas)secas - autor da foto: Meira

      
DOMINGO DE (graciliano) RAMOS


O que seria de nós
sem paixão e fé?
- Vidas secas

Haicai de Álvaro

Tive um dia farto
ao apagar a luz, minha sombra
tomou conta do quarto

Álvaro Posselt - Curitiba

Poetrix Wonkademia



Ontem, terça-feira, no Wonka,  Bárbara Lia, Ivan Justem e eu  participamos de um bate-boca poético. De repente a Deisi, me saiu com essa pérola:


Wondacademia
por Deisi Giacomazzi Silva

Marilda atravessou
enquanto
Bárbara Lia

A Deisi resumiu o espírito do VOX Urbe e da Woncademia que acontece todas as terças-feiras no Wonka Bar: Atravessar, versar, virar do avesso, fazer travessuras, brincar, falar sério e principalmente se  divertir. Muito bom.  

Vida - Antonio Thadeu Wojciechowski

... talvez hoje seja meu aniversário... meu pai fez tantas confusões nas certidões dos filhos que não tenho certeza. Mas, adotei esse dia pois acredito que minha mãe não tenha se enganado. Entre tantas mensagens maravilhosas que recebi dos amigos, selecionei esta que segue abaixo. Um poema do Thadeu. Nosso maior poeta com certeza. Obrigada polaco da barreirinha.
Vida

um ano a mais
um ano a menos
que diferença faz
quando já somos
mais ou menos
mais suaves
mais sábios
mais fortes
mais justos
e de mais a mais
cromossomos

um ano a mais
um ano a menos
a vida é cais
e lá vão nossos sonhos:
barcos pequenos

um ano a mais
um ano a menos
lendo os sinais
nos esquecemos
e quando nos lembramos
é tarde demais

um ano amais
outro odiais
um ano demais
outro de menos
um ano tanto fez
outro tanto faz
um ano como nunca houve outro
um ano sem pagar e só levando o troco

um ano que vem
um ano que vai
e os mesmos ais
mais amenos

Antonio Thadeu Wojciechowski

..." e só funciona Curitiba se eu quiser" - Osso

Ouvi esse poema lá pelos idos de 2002. Foi quando conheci o Osso e a Cláudia, um casal simpático de músicos curitibanos, que me foi apresentado ou melhor presentado, pelo Raymundo Rolim. No mesmo dia, pedi para o Osso me dar uma cópia do seu poema. Ele escreveu um trecho do poema num guardanapo do Café & Cultura. Dias desses, revirando meus guardados, encontrei-o (o poema). O Osso e a Cláudinha faz séculos que não encontro. Onde estão essas figuras? Saudade...


PARO TODO O MOVIMENTO DO ESTADO
E SÓ FUNCIONA CURITIBA SE EU QUISER
Autor: Osso - poeta e músico curitibano



Se eu chegar em Curitiba aperreado
Faço logo um tremendo sururu
Eu adentro o palácio Iguaçu
Paro todo o movimento do estado
Vou mandar sair todos os deputados
De um em um pra o lugar aonde quer
Pra o lugar que melhor lhes aprouver
E com eles podem ir os seus favores
Vou mandar prender todos os vereadores
E só funciona Curitiba se eu quiser.

Itaipu vou deixar desmantelado
Vou quebrar as barragens e as turbinas
Quebro quadros e depois quebro bobinas
Para todo o movimento do estado
Transformador um por um deixo quebrado
Eu rebento toda torre que puder
Transmissão e toda linha que tiver
Eu estouro toda ela em meio dia
De Itaipu nunca mais sei energia
E só funciona Curitiba se eu quiser.
Prendo guarda civil, prendo soldado
Comandante e chefe do estado maior
O tenente, o capitão, cabo e major
Paro todo o movimento do estado
Vou deixar todo mundo bem pasmado
Acabando as forças armadas que houver
Tranco os bancos, deixo as zonas sem mulher
Tapo as águas do rio Piquirí
Corto o curso do rio Ivaí
E só funciona Curitiba se eu quiser.

Prendo médico, prefeito e advogado
Prendo juiz de direito e promotor
A embaixada, o senado e o governador
Paro todo o movimento do estado
Os correios, a imprensa, o consulado
Emissora eu não deixo uma sequer
Fecho as favelas, o Guairá, a Emater
Paro o trânsito, não passa mais ninguém
Da rodoferroviária não sai mais trem
E só funciona Curitiba se eu quiser.

Chuva

Este poema é de autoria de Cleci Rita Confortin, minha irmã querida. Encontrei-o no baú, esquecido por ela e por mim. Dei-lhe uma roupagem visual e resolvi expô-lo no blog para homenageá-la.

ÓLEO SOBRE TELA - MÚSICA DE GEGÊ FÉLIX + POESIA DE MARILDA



Óleo sobre tela

Pouso meus olhos sobre telas de Van Gogh.
Deito-me ao lado do ceifador
e adormeço sobre feixes de trigo.
Cena familiar.
Cedo ao sonho.
Retrocedo à infância.
Vejo-me criança, pura
feito a loucura do pintor.
Inerte, braços abertos,
fingindo-me espantalho
no meio do trigal maduro.
Um gérmen ainda.
Nem sabia o que era poesia
e já sentia.
Os pássaros pensam
que meu cabelos brancos
são feixes de palha.
Espanto-os.
Da janela do sanatório,
Van Gogh se espanta e pinta
corvos sobre o campo de trigo.
Acordo.
Kurosawa sonha comigo.

COSAS DE MUJER - POESIA