Presente de Ana Lúcia Gouvêa da Silva

Recebi o poema abaixo de uma leitora, poeta, chamada Ana Lucia. Ela usou somente os títulos dos meus poemas publicados no livro Busca e apreensão para fazer essa bela construção poética. Muito interessante e criativa. Resumiu meu livro e meus sentimento. Fiquei bem quietinha, só curtindo. Ana estranhou meu silêncio, perguntou se eu não tinha recebido, ou se não tinha gostado. Bom, eu não sei o que fazer nessas horas... me calo. Depois que passa, só posso dizer que é muito bom ser homenageada (ou HomenaGeada, como disse o Retta).
Receber esse retorno de leitores, anônimos e amigos é meio assim como ser algemada na cama e receber prazer, imóvel, gratuito... rs. Me permito o orgasmo silencioso e guardo todos esses carinhos recebidos no melhor lugar do meu coração. Pra poder me aquecer nos períodos de estio, guardo também aqui, no blog, no menu das coisas de amigos. Revisito sempre que preciso me fortalecer ou quando me bate a saudade.

Busca e apreensão

por Ana Lúcia Gouvêa da Silva 

             
Procura-me
garoto tolo.
Quando eu te encontrar novamente,
na morada, sem medidas.
Ouriço, coisa besta.


Inconveniente,
quase amor a flor da pele...
Amor e ódio,
dolorosa lembrança!

Poesia abortada, olhar suicida
poço...
Validade vencida.
Fingida.

Ato de punição,
vinho velho,
pesadelo,
descrença.
Ato de contrição.

Hoje, amanhã
Segredo.
Com fusão...
Vítima, dia após dia...

A lua e eu,
submissão criminosa.
Sinais da noite,
conversas com um velho rio...

Estradinha de terra,
óleo sobre a tela...
Temporal.
O acaso não existe por acaso

Um brinde aos poetas!




MUITO OBRIGADA ANA.
BLOG DA ANA LUCIA: www.poemasanalu.blogspot.com 

Nada há além da arte e do belo – ampliando conceitos

A arte “underground”, desde Andy Warhol, artista de expressão mediana, mas superestimado por alguns grupos culturais, que produziu alguns ícones tidos pela mídia como de forte impacto social. A arte indígena, massacrada em sua inocência pela estética do mercado de consumo ocidentalista. O próprio artesanato utilitarista ou não. Todos foram sendo dizimados pelos ditames das culturas dos vencedores. No entanto, resgates foram realizados por antropólogos, por indigenistas, por museólogos; resultando, então, na montagem de acervos especiais, quando não em sala ou edificação exclusivas para este tipo de arte de um povo ou de parte dele.

Homen na geada ou Homenageada?

Rettamozzo e Marilda Confortin no Wonka

Mas não é que o Retta resolveu me homenagear e andou musicando uns versos meus?  Eu credito e endosso tudo que o Retta faz seja em tela, verso, prosa ou música.
Ele chamou esse acontecimento de HOMEM NA GEADA - é muito criativo esse artista. Demorou pra cair minha ficha.
Então, sem combinação nem anágua, vamos lá no Wonka amanhã pra vê no que vai dá. Diversão garantida.

Coisas do Retta.

Só acontece nas Segundas Autoriais do Bardo Tatára

    
Isso aconteceu na Segunda Autoral do Bardo Tatára. Gravei um trechinho só, com meu celular, perdoe a qualidade ruim, mas procurei alguma gravação do Jambo na Internet e não encontrei nada. É imperdoável pois ele é muito bom. Fazia mais de um ano que eu não o via/ouvia., ele foi embora de Curitiba... Estávamos com saudade, amigo.

O Jambo tem um estilo de tocar violão clássico misturando com  flamenco e MPB, além de compor e cantar maravilhosamente bem. É o tipo de músico que explora todos os recursos do violão e da vóz, até mesmo onde as cordas não alcançam. Se alguém tiver um clipe melhor dele, por favor me envie, pois esse não está à altura desse "monstro".

Outra novidade dessa segunda autoral, foi a presença do artista Carlos Trincheiras, devidamente caracterizado, pintando ao vivo as músicas que estavam sendo interpretadas no palco.  Carlos é português, morou um tempo em Curitiba, depois correu o mundo fazendo exposições de suas obras. A semelhança do nome não é mera coincidência. Ele é filho de Carlos Trincheiras, o mais famoso coreógrafo do Balet Guaíra. No foto abaixo, ele aparece pintando um exército de samurais enquanto o Jambo tocava e o Rafa Gomes cantava "Quase", a música que tem parceria comigo. No final da noite, suas telas foram leiloadas. Eu comprei essa belezura para presentear ao meu filho Ébano. 
Carlos Trincheiras - pintura de música, ao vivo
 Também filmei com meu celularzinho pra guardar de lembraça a cena inusitada da minha roqueira preferida, a Francine, de pé quebrado,  cheia de ferragens e muletas, cantando com o Tatára.
 

FRASES DO FRAGA

adoro esse cara. só entro no twitter para ler os flagras do Fraga


- Ir da casa pro trabalho, do trabalho pra casa, não é um projeto de vida. É só trajeto.

- Nada de se queixar de frio no trabalho. Lá fora faz a mesma temperatura para os desempregados.

- Língua presa se resolve ao soltar o verbo; rabo preso se resolve ao negar alvará de soltura.

- Pra multiplicar o patrimônio, vale tudo; pra dividir, basta o matrimônio.

- Pediu, levou: opinião não se devolve.

piegas como le gusta

por Raul Pough

deixou-se envolver
pela prenda mais faceira

agora é tarde...

não adianta querer
tapar o sul com a peneira



Quase

Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém (...)

Mário de Sá Carneiro

Poetrix





Natureza morta

No tronco decepado
arara ferida
choca o machado

Domingo de Ramos

Folhas (vidas)secas - autor da foto: Meira

      
DOMINGO DE (graciliano) RAMOS


O que seria de nós
sem paixão e fé?
- Vidas secas

Haicai de Álvaro

Tive um dia farto
ao apagar a luz, minha sombra
tomou conta do quarto

Álvaro Posselt - Curitiba

Poetrix Wonkademia



Ontem, terça-feira, no Wonka,  Bárbara Lia, Ivan Justem e eu  participamos de um bate-boca poético. De repente a Deisi, me saiu com essa pérola:


Wondacademia
por Deisi Giacomazzi Silva

Marilda atravessou
enquanto
Bárbara Lia

A Deisi resumiu o espírito do VOX Urbe e da Woncademia que acontece todas as terças-feiras no Wonka Bar: Atravessar, versar, virar do avesso, fazer travessuras, brincar, falar sério e principalmente se  divertir. Muito bom.  

Vida - Antonio Thadeu Wojciechowski

... talvez hoje seja meu aniversário... meu pai fez tantas confusões nas certidões dos filhos que não tenho certeza. Mas, adotei esse dia pois acredito que minha mãe não tenha se enganado. Entre tantas mensagens maravilhosas que recebi dos amigos, selecionei esta que segue abaixo. Um poema do Thadeu. Nosso maior poeta com certeza. Obrigada polaco da barreirinha.
Vida

um ano a mais
um ano a menos
que diferença faz
quando já somos
mais ou menos
mais suaves
mais sábios
mais fortes
mais justos
e de mais a mais
cromossomos

um ano a mais
um ano a menos
a vida é cais
e lá vão nossos sonhos:
barcos pequenos

um ano a mais
um ano a menos
lendo os sinais
nos esquecemos
e quando nos lembramos
é tarde demais

um ano amais
outro odiais
um ano demais
outro de menos
um ano tanto fez
outro tanto faz
um ano como nunca houve outro
um ano sem pagar e só levando o troco

um ano que vem
um ano que vai
e os mesmos ais
mais amenos

Antonio Thadeu Wojciechowski

..." e só funciona Curitiba se eu quiser" - Osso

Ouvi esse poema lá pelos idos de 2002. Foi quando conheci o Osso e a Cláudia, um casal simpático de músicos curitibanos, que me foi apresentado ou melhor presentado, pelo Raymundo Rolim. No mesmo dia, pedi para o Osso me dar uma cópia do seu poema. Ele escreveu um trecho do poema num guardanapo do Café & Cultura. Dias desses, revirando meus guardados, encontrei-o (o poema). O Osso e a Cláudinha faz séculos que não encontro. Onde estão essas figuras? Saudade...


PARO TODO O MOVIMENTO DO ESTADO
E SÓ FUNCIONA CURITIBA SE EU QUISER
Autor: Osso - poeta e músico curitibano



Se eu chegar em Curitiba aperreado
Faço logo um tremendo sururu
Eu adentro o palácio Iguaçu
Paro todo o movimento do estado
Vou mandar sair todos os deputados
De um em um pra o lugar aonde quer
Pra o lugar que melhor lhes aprouver
E com eles podem ir os seus favores
Vou mandar prender todos os vereadores
E só funciona Curitiba se eu quiser.

Itaipu vou deixar desmantelado
Vou quebrar as barragens e as turbinas
Quebro quadros e depois quebro bobinas
Para todo o movimento do estado
Transformador um por um deixo quebrado
Eu rebento toda torre que puder
Transmissão e toda linha que tiver
Eu estouro toda ela em meio dia
De Itaipu nunca mais sei energia
E só funciona Curitiba se eu quiser.
Prendo guarda civil, prendo soldado
Comandante e chefe do estado maior
O tenente, o capitão, cabo e major
Paro todo o movimento do estado
Vou deixar todo mundo bem pasmado
Acabando as forças armadas que houver
Tranco os bancos, deixo as zonas sem mulher
Tapo as águas do rio Piquirí
Corto o curso do rio Ivaí
E só funciona Curitiba se eu quiser.

Prendo médico, prefeito e advogado
Prendo juiz de direito e promotor
A embaixada, o senado e o governador
Paro todo o movimento do estado
Os correios, a imprensa, o consulado
Emissora eu não deixo uma sequer
Fecho as favelas, o Guairá, a Emater
Paro o trânsito, não passa mais ninguém
Da rodoferroviária não sai mais trem
E só funciona Curitiba se eu quiser.

Chuva

Este poema é de autoria de Cleci Rita Confortin, minha irmã querida. Encontrei-o no baú, esquecido por ela e por mim. Dei-lhe uma roupagem visual e resolvi expô-lo no blog para homenageá-la.

ÓLEO SOBRE TELA - MÚSICA DE GEGÊ FÉLIX + POESIA DE MARILDA



Óleo sobre tela

Pouso meus olhos sobre telas de Van Gogh.
Deito-me ao lado do ceifador
e adormeço sobre feixes de trigo.
Cena familiar.
Cedo ao sonho.
Retrocedo à infância.
Vejo-me criança, pura
feito a loucura do pintor.
Inerte, braços abertos,
fingindo-me espantalho
no meio do trigal maduro.
Um gérmen ainda.
Nem sabia o que era poesia
e já sentia.
Os pássaros pensam
que meu cabelos brancos
são feixes de palha.
Espanto-os.
Da janela do sanatório,
Van Gogh se espanta e pinta
corvos sobre o campo de trigo.
Acordo.
Kurosawa sonha comigo.

COSAS DE MUJER - POESIA

Faísca de vida



Fazia tempo que eu não via a lua,
não saia à rua,
não entrava na tua.

É que com o tempo,
o tempo fechou.
a neve caiu
e eu fiquei assim...
a ver navios.

Não fosse o relâmpago dos teus olhos
eu nem lembraria
que um dia existiu céu.

Marilda/abril/2011

Sonia Godoy - 16/09/1948 – 31/03/2011

SONIA MARIA FERREIRA DE GODOY, paulista, poetrixta maior, amiga, minha grande incentivadora, assim se definia:
"Sou uma psicóloga que não respeita limites e que, quase sem vergonha, se aventura em todos os campos do trabalho e das artes. Escrever é paixão pela palavra, pelo texto que organiza desorganizadamente o interior inquieto e rebelde".
O poetrix acima, é para mim uma oração, um mantra. Invoco-o sempre.
Deixo aqui, algumas pérolas de autoria da Sonia Godoy que coletei ao longo de uma dezenas de anos, postados modestamente no grupo do MIP - Movimento Internacional Poetrix. 

ALGUNS POETRIX DE SONIA GODOY


sou da tribo


de um poema menor
menormenormenor
enorme
 
ora, palavra!

ora devora
ora aflora
hora aurora
 
No ônibus

Fala sozinho.
Conta nos dedos.
Não tenha medo - é poeta.
 
tercetos insólitos

Alcoólico, quebro pés,
em versos assistólicos.
Apostólico, vicio.
 
autorretrato

ah, tantas releituras
que perdi
o original

gotas de sabedoria

tudo passa
como tanque
na praça da paz

 

perspectivas

passar os anos
feito subir montanha:
tudo fica tão pequeno...


bom de história

que todas as guerras usem
somente as armas químicas
que Bush achou no Iraque
 

do oitavo andar
  
em queda livre,
decide:
nunca mais, nunca mais.
 

nem toda mulher

mas todos que batem
gostam
de sofismar
 
amputado

por que ainda dói
esse amor
que já não sinto?

 pequeno romance

era um amor tão pequenino
mas tão delicado mesmo
que durou sutil e doce - apenas a vida toda

contracultura bró

os big
com trastes
trans agridem
 

alegria de natal

gavetas abertas, cds espalhados
toalha molhada na cama
o filho – presente
 
quântica

malcriada
gozou o efeito
antes da causa


na corda bamba

às vezes choro sua falta
outras tantas
caio no samba

Fumante

Gastar versos com fumo - vício solitário?
Melhor saber por que cheiras diesel,
comes plástico e tens tão pouco prazer.

 

Gracias!

Depois de certa idade,
a vista fraca não separa
pecado de moralidade.
 


Fractais

Ah, por quais cristais de pedra
teu olhar me filtra e quebra
em cópias iguais a ti?
 
Lavoura (nerudando)

Deita-me tua poesia
como grãos de trigo.
Tórrida, versejarei.
 
 
Domingos

Que gritem faustos faustões.
Já vendi a alma –
à poesia


espelho velho (e bobo)

mas quando foi
que esse espelho
entortou?
Nietzscheniando I

Canto o lamento do mundo,
por quem sustenta a luxúria da arte,
enquanto janto à la carte.
 
você diz o que quer

mas eu decido
se foi promessa
ou ameça
 
lua

crê,
sente,
a cheia virá.
 

sugar free

low fat, diet chiclete
no salt, be slim
morreu aos dezessete

 
não

me leve a mal
preciso de uma dose
que seja letal

Sonia Godoy
Vai... vá lá amiga! Vai ensinar poesia pros anjos.

Que jeito ... - de Tonicato Miranda


A tarde armou o vento
O vento misturou nuvens
O céu se encheu de flocos em cinzas
Um pardal na ponta de um banco
deu de ombros
Olhei para ele e concordei
Perguntou-me o companheiro:
Será que chove?
Não sei, respondi sorrindo
Ele então me disse: até logo, vou voar!
E eu repliquei: vou me molhar!
São Carlos, numa praça, Abril/2011
Tonicato Miranda

Estréia de Marilda Confortin no Teatro Peça Marat e Sade



Comédia? Drama?
Mentiras? Verdades?
Loucura? Sanidade?



Marilda Confortin no papel de Simone, a companheira louca do Jean-Paul Marat, no hospício Charenton


“Perseguição e Assassinato de Jean-Paul Marat representado pelo Grupo Teatral do Hospício de Charenton sob a Direção do Marquês de Sade” - Esse é o título original da polêmica peça ficcionista Marat / Sade sobre a Revolução Francesa, escrita em 1964 pelo diretor de cinema e dramaturgo alemão, Peter Weiss.

De 6 a 10 de abril, na programação do Festival de Teatro de Curitiba, os atores do grupo teatral Folha Branca e Todomundonu assumirão os papéis dos loucos de Charenton, misturando as falas da peça original com suas próprias falas.




O texto com livre adaptação do grupo teatral Folha Branca, composições musicais do Trombone de Frutas e sob a direção de Alexandre Bonin ganhou uma dramaticidade atemporal.


Marat: Idealista ou louco?


Marquês de Sade: sádico ou sábio?


Mentiras, falsidades ideológicas, decadência moral e religiosa.
Estamos falando da Revolução Francesa ou dos dias atuais?





Prepare-se para ver o tênue fio que separa a loucura da sanidade.





de 6 a 09/04 - 21 horas
dia 10/04 - 19 horas

INGRESSOS:



A venda nas bilheterias do Festival de Teatro de Curitiba


ou 4003-1212

R$ 20,00 (inteira)

R$ 10,00 (meia)

DIA DA ÁGUA 22 DE MARÇO

Com tantas enchentes e tsunamis no mundo, foi difícil comemorar o dia internacional da água. Para afastar a tristeza por alguns instantes, deixo aqui um poema do bom e velho poeta português,  Manuel Maria Barbosa du Bocage.

Poesía AGONÍA

(Marilda Confortin - tradução de Vera Vieira)
 
Saber de la poesía
antes del nacimiento
aún cuando es presentimiento
bajo la piel
en la saliva
en el silencio
sana

Y tener que entregarla
para que la palabra
la tome
dome
deforme
dé nombre
y parta
sola

Clarão da lua - música

Essa seresta à moda antiga ganhou o Festival Nacional Canta Serpro em 1984, Belo Horizonte. É... tamo na estrada desde o século passado.
Poema meu, musicado e interpretado por Marco Guiraud - meu ex-marido, falecido em fevereiro/2010. Infelizmente não chegou a ser gravada. Nesse áudio caseiro, o Marco está tocando para ensinar as posições das notas musicais no violão para nosso filho Ébano - o cantor. 



CLARÃO DA LUA
Poema de Marilda Confortin, música de Marco Guiraud, intérpretada por Ébano Guiraud)

O teu clarão entra pela janela
Invade as profundezas do meu coração
Que bate forte, feito bateria
Num concerto ao vivo, cheio de emoção

Me faz lembrar o tempo em que a vida
Era curar feridas feitas pelo amor
Em que habitavas todas as esquinas
Como lamparina a me fazer cantor

Mas que saudades da viola linda
Que te faz infinda como o céu e o mar
Das madrugadas, todas encharcadas
Com beijos de fadas, sempre a me amar

Das caminhadas pela noite adentro
Com tua presença a me acompanhar
Balet mais lindo, vinhas me seguindo
Um passo atrás do outro até quase alcançar

Estou sentindo aquela nostalgia
Parece magia, que me faz sair
Viola em punho, o sangue fervendo
Coração batendo, querendo explodir

Vem minha musa, sou teu seresteiro,
Vem, me toma inteiro, me faz recordar
Mais que amantes, éramos errantes
Sempre que o dia vinha nos matar

Mas que saudades, da viola linda
Que te faz infinda como o céu e o mar
Das madrugadas todas encharcadas
Com beijos de fadas, sempre a me amar

Minhas lembranças vão me absorvendo
E eu quase cedendo, acho que vou chorar
Não sei se vale, mas tô com vontade
De matar saudades de você, luar.